REGIÃO METROPOLITANA
Cenário político emaranhado em Olinda para as eleições de 2016
Legendas como PSB, PCdoB e PT, que são aliadas na atual gestão municipal, devem romper os grupos e lançarem candidatos majoritários
Nome do irmão de Eduardo Campos, Antônio Campos, bagunçou o cenário político de Olinda
Foto: JC Imagem
O cenário para a eleição municipal de 2016 em Olinda é hoje um emaranhado político. Partidos que são aliados na atual gestão municipal devem separar os blocos e correr para a disputa individual. Nesse barco, estão o PCdoB, que governa a cidade há 14 anos, o PT, aliado durante todo esse tempo, e o PSB, que apoiou a aliança e também deve lançar candidato próprio. Correm por fora, ainda, o PMDB, que é aliado do PSB no governo estadual, e o PV, que já lançou candidato próprio.
O advogado Antônio Campos, irmão do ex-governador Eduardo Campos, morto em agosto do ano passado em um acidente aéreo, se coloca como pré-candidato do PSB na cidade. Nas vésperas do aniversário da cidade, em 12 de março, espalhou outdoors com sua foto. Na Páscoa, enviou mensagens telefônicas para moradores. Na semana passada, o socialista confirmou sua pré-candidatura, tratada, até então, como hipótese.
O nome de Tonca, como é chamado o advogado, traz dúvidas sobre o relacionamento com os demais partidos. Izabel Urquiza, que foi candidata pelo PMDB em 2010, derrotada por Renildo Calheiros (PCdoB), esperava o apoio do PSB. Ela foi alocada na Secretaria de Turismo, gerida pelo socialista Felipe Carreras. Os dois fizeram dobradinha na cidade na eleição do ano passado, Izabel concorrendo a deputada estadual, que acabou não se elegendo, e Carreras a federal.
“O momento não é de se discutir nomes, é prematuro. Temos que trabalhar unindo forças para congregar mais partidos e força política”, declarou Izabel. Na eleição passada, ela teve apenas o apoio de três legendas nanicas. Questionada sobre a possibilidade de compor uma chapa com Antônio Campos, Izabel não se mostrou confortável. “Não ouvi de nenhuma liderança do PSB que ele é candidato, teria sido uma decisão dele se lançar. Não dá para discutir ainda composição de chapa”, acrescentou.
Ainda pelo PMDB, há o deputado estadual Ricardo Costa, que nutre o sonho, desde a eleição passada, de disputar a prefeitura. O parlamentar conta com a ajuda de nomes fortes do partido para resolver a questão. “Jarbas Vasconcelos e Raul Henry estão tratando do assunto", disse. Mas garante que não há nenhuma discussão dentro do partido sobre Olinda. "Está apenas começando, falta ainda um ano para essas definições”, completou.
A complicação do cenário na cidade é explicitada pelo presidente estadual do PSB, Sileno Guedes. “O PCdoB é aliado e Olinda será discutida mais na frente, envolvendo o governo estadual e até a Executiva nacional”, afirmou.
RUPTURA DE ALIANÇA
A aliança mais antiga, entre PCdoB e PT, está prestes a ser rompida. Os comunistas têm na manga a carta chamada Luciana Santos, deputada federal e ex-prefeita do município, enquanto no PT o nome mais forte é da deputada estadual Teresa Leitão, que também espalhou seus outdoors de parabéns à cidade. Luciana não descarta seu nome da disputa municipal e repete o mantra de que “ainda é cedo para tratar do assunto”. “Não tem porque antecipar uma disputa. No mínimo, vamos trabalhar para manter uma aliança com os partidos da base: PT, PSB e PDT”, disse a comunista.
A mesma disposição não é vista no PT. “Há uma boa parcela da direção do PT em Olinda que deseja uma candidatura própria”, afirmou. Mas oficialmente, o partido só começará a discutir a tática eleitoral no segundo semestre. O PTB, aliado em 2014, é uma das legendas certas na aliança de 2016.
Na conjuntura, ainda tem o PV, que já lançou o nome do médico Gustavo Rosas. A aposta do partido é levar a disputa para um segundo turno. “Olinda está necessitando de um olhar cuidadoso. Vamos construir nossa plataforma com base em encontros em comunidades e, posteriormente, com empresários”, afirmou o presidente estadual da legenda, Carlos Augusto Costa.
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