terça-feira, 28 de junho de 2016

Alvo da Custo Brasil diz ter bancado R$ 32 mil em loft para Gleisi Hoffmann

PUBLICADO EM 28/06/2016  POR  
Foto: Agência Brasil
Estadão Conteúdo – A Operação Custo Brasil indica que o advogado Guilherme de Salles Gonçalves, suposto repassador de propinas para o ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento/Governo Lula e Comunicações/Governo Dilma), bancou R$ 32 mil referentes a custos de um loft alugado em Brasília para uso da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) durante a campanha de 2010.
Gonçalves, preso pela Polícia Federal no domingo, 26, no Aeroporto Internacional de São Paulo em Guarulhos, quando chegou de uma viagem a Portugal, teria usado seu escritório em Curitiba para bancar despesas de caráter eleitoral da petista. Gleisi é alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal. Ela detém foro privilegiado perante a Corte.
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Nesta segunda-feira, 27, Gonçalves foi ouvido em audiência de custódia pelo juiz Paulo Bueno de Azevedo, da 6.ª Vara Federal Criminal, que deflagrou a Custo Brasil.
Além do advogado tiveram a prisão decretada outros dez alvos da operação, que investiga o esquema Consist, entre eles Paulo Bernardo. O esquema Consist é um suposto desvio de R$ 100 milhões a partir de empréstimos consignados no âmbito do Ministério do Planejamento, na gestão do marido de Gleisi.
Parte daquele montante, em torno de R$ 7 milhões, teria sido repassada para o escritório de Gonçalves, ligado ao PT – do escritório teria saído a propina para Paulo Bernardo, no mesmo valor.
Em agosto de 2015, a Operação Pixuleco II, desdobramento da Lava Jato, fez buscas no escritório e apreendeu documentos que indicam o elo de Gonçalves e campanhas eleitorais do partido e de Gleisi em 2010.
Na segunda-feira, após o depoimento de Gonçalves, a defesa do ex-ministro pediu reconsideração da ordem de prisão preventiva. O juiz federal assinalou que a audiência “não tem por objetivo produção de prova, conforme esclarecido a todos os investigados”
Mesmo assim, o próprio Guilherme Gonçalves “decidiu falar sobre uma série de questões referentes ao caso concreto, negando basicamente as suspeitas e indícios que recaem sobre ele”.
O juiz anotou que ainda não foram apresentadas provas documentais, como, por exemplo, uma perícia que demonstraria que os valores da Consist ficaram com o advogado.
“Contudo, o próprio investigado Guilherme, em dado momento, parece ter admitido que, às vezes, o Fundo Consist pagava algumas despesas para PB, que seria Paulo Bernardo”, assinalou o juiz na ata da audiência de custódia. “Na sua alegação, isto não seria algo ilícito, porém prática comum de seu escritório, que seria especializado em questões eleitorais.”
O juiz federal destacou. “Estamos diante, portanto, de um fato que pode ter múltiplas interpretações, qual seja, o pagamento para Paulo Bernardo retirado do Fundo Consist. A possível justificativa não retira do fato, máxime quando aparentemente admitido pelo investigado Guilherme de Salles Gonçalves, o seu caráter indiciário. Desta forma, os indícios, por enquanto, subsistem.”
Na audiência, Gonçalves, espontaneamente, disse que teria concordado com uma redução no valor de seus honorários. “Não caberia ao Juízo formular perguntas nesta fase de audiência de custódia, porém não poderia restringir a fala do investigado, máxime quando ele a considera útil à sua defesa. Assim, posta essa premissa, a princípio, pareceu um pouco estranho ao Juízo que o investigado estivesse prestando um serviço absolutamente regular e, de inopino, concordasse com a redução dos valores, máxime quando os indícios por ora demonstram que a redução dos valores se deu justamente por ocasião da saída de Paulo Bernardo do Ministério do Planejamento.”
“Nem se diga que a versão de Guilherme de Salles Gonçalves já confirma plenamente a de Paulo Bernardo. Cumpre notar que esta pode até ser a conclusão após a instrução. Porém, ao menos por enquanto entendo que os indícios de materialidade e autoria delitiva subsistem nos autos, bem como os requisitos cautelares da prisão preventiva dantes mencionados”, ressaltou o juiz Paulo Bueno de Azevedo.
O magistrado anotou que Guilherme Gonçalves mencionou encontro com Paulo Bernardo na Polícia Federal. “As negativas dos fatos por ambos é algo natural, diante dos indícios que apontam que eles atuaram conjuntamente no alegado esquema.”
“Após o depoimento de Guilherme de Salles Gonçalves, não vislumbro, ao menos por ora, razões para rever a decisão de manutenção da prisão preventiva de Paulo Bernardo. Portanto, mantenho a prisão preventiva de Paulo Bernardo, sem prejuízo de análise de eventual petição escrita a ser apresentada pela defesa técnica”, assinalou Azevedo.
O juiz pediu ao Ministério Público Federal manifestação sobre os pedidos de revogação da prisão preventiva apresentados por escrito e sobre os pedidos de desbloqueio de valores dos alvos da Operação Custo Brasil.
Defesas
A defesa do ex-ministro Paulo Bernardo, em nota, disse que “o depoimento de Guilherme Gonçalves deixa claro que Paulo Bernardo não se beneficiou de maneira alguma dos valores que foram recebidos da Consist”.
A assessoria de Gleisi Hoffmann também publicou nota. “Nesta segunda-feira, 27, a senadora Gleisi Hoffmann (PT/PR) se manifestou da tribuna do plenário do Senado e criticou a ação da Polícia Federal, que na quinta, 23, prendeu seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo.
“Nem em pesadelos eu teria sido capaz de supor que estaria aqui, nesta tribuna, para defender meu marido de uma prisão”, declarou Gleisi, com a voz embargada. “Mas aqui estou para apontar uma injustiça, sentindo na própria pele o que aflige diariamente milhares de pessoas atingidas pelo abuso do poder legal e policial. Aqui estou, serena e humilde, mas não humilhada”, continuou.
Gleisi disse que a prisão foi um despropósito, pois Bernardo não apresentava risco de fuga e se colocou à disposição da Justiça diversas vezes para esclarecer os fatos.
A senadora acusou a PF de cometer excessos com o intuito de espetacularizar o processo. Na quinta-feira, 23, agentes da PF fizeram buscas no apartamento funcional em que a petista mora com Paulo Bernardo, em Brasília.
O alvo foi exclusivamente o ex-ministro. A PF não apreendeu documentos da senadora porque tal medida só poderia ser executada por ordem do Supremo Tribunal Federal.
Ainda na tribuna do Senado, Gleisi disse que a Justiça atua de maneira seletiva e promove espetáculos midiáticos contra alguns políticos. “A operação montada para a busca e apreensão em nossa casa e para a prisão do Paulo foi surreal. Até helicópteros foram usados, força policial armada, muitos carros. Para que isso, chamar atenção? Demonstração de força? Humilhação? Gasto de dinheiro público desnecessário, é isso. Foi uma clara tentativa de humilhar um ex-ministro nos governos Lula e Dilma.”
"Bacha bazi"

Afeganistão investigará abusos sexuais de menores por policiais


AFP
Talibãs recrutam jovens escravos sexuais, explorados pela polícia, sobretudo no sul do país, para atacar as forças de segurança / Foto: AFP
Talibãs recrutam jovens escravos sexuais, explorados pela polícia, sobretudo no sul do país, para atacar as forças de segurançaFoto: AFP
A presidência afegã ordenou uma "investigação minuciosa" depois de uma reportagem da AFP que demonstra como os talibãs recrutam jovens escravos sexuais explorados pela polícia, sobretudo no sul do país, para atacar as forças de segurança.

De acordo com várias fontes entrevistadas pela AFP, os talibãs aproveitam a prática tradicional do "bacha bazi" ("brincar com meninos" em dari, uma das duas línguas oficiais afegãs) para atacar a polícia, que já perdeu mais de 100 homens em ataques do tipo nos últimos dois anos na província central de Uruzgan, onde a prática continua muito presente.


"O presidente Ashraf Ghani ordenou uma investigação minuciosa com base nestas informações", anunciou o palácio presidencial em um comunicado.

"Quem for considerado culpado será perseguido e punido, independente da patente, de acordo com o direito afegão e nossos compromissos internacionais", completa o texto.

A prática do "bacha bazi", que consiste em utilizar jovens pré-púberes como companhia sexual, para transportar armas ou servir chá, ainda é muito presente em algumas regiões do Afeganistão.

Suboficiais de polícia, juízes, funcionários do governo e sobreviventes revelaram à AFP como os talibãs recrutam os "bacha bazi" para atacar aqueles que os violentaram, expondo assim os meninos aos abusos dos dois lados do conflito afegão.
Operação Boca Livre

PF procura 14 por fraude na Lei Rouanet


Estadão Conteúdo
A Polícia Federal deflagrou, em conjunto com a Controladoria-Geral da União, a Operação Boca Livre. O alvo da ação são fraudes na Lei Rouanet / Foto: Acervo
A Polícia Federal deflagrou, em conjunto com a Controladoria-Geral da União, a Operação Boca Livre. O alvo da ação são fraudes na Lei RouanetFoto: Acervo
A Polícia Federal deflagrou, em conjunto com a Controladoria-Geral da União, nesta terça-feira (28), a Operação Boca Livre. O alvo da ação são fraudes na Lei Rouanet.

124 policiais federais e servidores da Controladoria Geral da União cumprem 14 mandados de prisão temporária e 37 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal, todos expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal em São Paulo. A investigação cita as empresas Bellini Eventos Culturais, Scania, KPMG e o escritório de advocacia Demarest.

Lei Rouanet foi criada no governo Fernando Collor (PTC/AL), em 1991. A legislação permite a captação de recursos para projetos culturais ppr meio de incentivos fiscais para empresas e pessoas físicas. Na prática, por exemplo, a Lei Rouanet permite que uma empresa privada direcione parte do dinheiro que iria gastar com impostos para financiar propostas aprovadas pelo Ministério da Cultura para receber recursos.

O inquérito policial foi instaurado em 2014, após a PF receber documentação da Controladoria Geral da União de desvio de recursos relacionados a projetos aprovados com o benefício fiscal. Há indícios de que as fraudes ocorriam de diversas maneiras como a inexecução de projetos, superfaturamento, apresentação de notas fiscais relativas a serviços/produtos fictícios, projetos simulados e duplicados, além da promoção de contrapartidas ilícitas às incentivadoras.

As investigações constataram que eventos corporativos, shows com artistas famosos em festas privadas para grandes empresas, livros institucionais e até mesmo uma festa de casamento foram custeados com recursos de natureza pública, obtidos por meio da Lei Rouanet.

A pedido da PF, a Justiça Federal inabilitou, em sede liminar, algumas pessoas jurídicas para a propositura de projetos culturais junto ao MinC e à Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo. Também foi realizado o bloqueio de valores e o sequestro de bens como imóveis e veículos de luxo.
Produto Interno Bruto

Agências de risco rebaixam Reino Unido e bolsas perdem US$ 2 trilhões


Estadão Conteúdo
As agências de classificação de risco Standard & Poor’s e Fitch rebaixaram as notas de crédito do Reino Unido depois do Brexit / Foto: Acervo
As agências de classificação de risco Standard & Poor’s e Fitch rebaixaram as notas de crédito do Reino Unido depois do BrexitFoto: Acervo
As agências de classificação de risco Standard & Poor’s e Fitch rebaixaram nesta segunda-feira (27), as notas de crédito do Reino Unido depois de a população decidir em referendo, na semana passada, deixar a União Europeia. A escolha dos britânicos fez o mercado de ações perder só na sexta-feira cerca de US$ 2 trilhões (R$ 6,7 trilhões) - o equivalente a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. 

A queda do preço das ações em Londres, Paris, Frankfurt e na Ásia somou valor superior a todo o PIB brasileiro de 2015 ou R$ 5,9 trilhões. Segundo a S&P, as perdas superaram as causadas no dia seguinte à quebra do Lehman Brothers em 2008 e à Segunda Negra de 1987. 


Ontem, a Standard & Poor’s rebaixou a classificação de risco do Reino Unido de AAA para AA, mantendo a perspectiva negativa - o que pode elevar os custos para que o Tesouro britânico ou as empresas do país tenham acesso a crédito externo.

Na avaliação dos analistas, o Brexit "vai enfraquecer a previsibilidade, a estabilidade e a efetividade do cenário político no país, afetar a economia e o crescimento do PIB, bem como seu equilíbrio fiscal e externo". Para a S&P, a opção pela saída da UE deve ainda desencadear uma crise constitucional, com Escócia e Irlanda do Norte fazendo um plebiscito sobre sua independência.

Na esteira da S&P, ontem a Fitch também rebaixou o rating de probabilidade de inadimplência do emissor de longo prazo em moedas estrangeira e local do Reino Unido de AA+ para AA. A perspectiva é negativa. Em comunicado, a agência afirma que a decisão do país de deixar a UE terá impacto negativo sobre sua economia, finanças públicas e política. "A Fitch acredita que a incerteza após o resultado do referendo vai induzir a uma abrupta desaceleração no crescimento do PIB no curto prazo, com as empresas adiando investimentos e considerando mudanças no ambiente legal e regulatório."

MERCADOS - Ontem, as bolsas voltaram a fechar em forte baixa e, para analistas, o pânico inicial ainda não foi totalmente absorvido. A moeda britânica atingiu seu menor valor em 31 anos, num patamar de US$ 1,3151. Os papéis do Tesouro de Londres atingiram baixa recorde. As ações de empresas aéreas, empresas de construção e bancos foram as mais afetadas. O Royal Bank of Scotland chegou a perder 22%, ante uma queda de 21% nas ações da Easyjet. No Brasil, o principal índice da BM&FBovespa recuou 1,72%. 

Agora, analistas começam a avaliar o impacto que a saída pode ter no médio e longo prazos. "Houve uma primeira onda de impacto que foi imediata", disse ao Estado o estrategista-chefe do banco suíço Julius Baer, Christian Gattiker, que aposta em uma intervenção mais ampla dos bancos centrais se o colapso das bolsas continuar. 

Uma segunda onda, para ele, pode ser a avaliação do "risco de um contágio" mais generalizado no mercado de ações da Europa. "A pergunta que se faz é se o Brexit é o primeiro sinal do fim da UE no longo prazo", apontou o representante do maior private bank independente da Suíça com 393 bilhões de francos suíços em ativos. Uma terceira onda de reações estaria baseada na resposta que a comunidade internacional dará à saída do Reino Unido da UE "Veremos qual será a resposta política da UE, do G-7 e também dos bancos centrais."

INCERTEZAS - Nesta segunda-feira, nem mesmo a tentativa do ministro de Finanças do Reino Unido, George Osborne, de tranquilizar os mercados acalmou os investidores. Seu recado era de que a economia britânica era sólida e que, nos últimos meses, "planos robustos de contingência foram criados". Ao Parlamento, o primeiro ministro David Cameron disse que negociar a saída da UE pode ser "o maior desafio da administração pública por décadas".

quarta-feira, 22 de junho de 2016

PSB nega esquema e Marina se esquiva

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Wed Jun 22 06:00:00 BRT 2016 - TAUAN SATURNINO
Elza fiúza/abr
Marina Silva viajou com Eduardo Campos “como carona”
Diante da divulgação das investigações da Polícia Federal, a direção nacional do PSB divulgou uma nota. No texto, assinado pelo presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, a legenda se disse confiante na conduta do ex-governador Eduardo Campos. “A direção nacional do Partido Socialista Brasileiro, em face da Operação Turbulência, da Polícia Federal (...) informa à sociedade brasileira ter plena confiança na conduta do nosso querido e saudoso Eduardo Campos, ex-presidente e ex-governador de Pernambuco. O Partido apoia a apuração das investigações e reafirma a certeza de que, ao final, não restarão quaisquer dúvidas de que a campanha de Eduardo Campos não cometeu nenhum ato ilícito”, diz a nota.
Já a direção estadual do PSB optou por não se pronunciar sobre o caso, embora a Polícia Federal tenha dito que as investigações apontavam para possíveis irregularidades envolvendo o grupo de empresários e a campanha de Eduardo Campos para reeleição em 2010. Durante agenda no Arraial dos Direitos Humanos, em Olinda, o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), reforçou o teor da nota de seu partido. “O PSB já se pronunciou e tem certeza que não houve nenhum tipo de irregularidade na campanha do ex-governador Eduardo Campos”, afirmou.

Marina Silva
Por sua vez, a ex-ministra do Meio Ambiente e candidata à Presidência da República nas eleições de 2010 e 2014, Marina Silva (Rede), comunicou, também em nota, que a logística de deslocamento de Eduardo Campos e de sua comitiva neste período era de responsabilidade exclusiva do PSB. “Viajei como carona em oito ocasiões, sempre na companhia de Eduardo Campos para cumprir agendas”, ressaltou.

Na opinião do cientista político Vanuccio Pimentel, caso “as investigações chegarem até o financiamento da campanha, Marina também começa a entrar no mesmo circuito dos demais candidatos. Embora ela tenha assumido a campanha com a morte de Eduardo Campos, todo o financiamento da chapa fica comprometido, caso se chegue a conclusão de que houve a injeção de recursos ilícitos na campanha. Creio que haverá sim um abalo na credibilidade dela como uma força política e até como candidata”, comentou.

Marina é defensora da realização de novas eleições presidenciais, por acreditar que a chapa presidencial composta por Dilma e Temer em 2014 apresentaria irregularidades, o que justificaria uma eventual cassação da chapa pelo TSE. Mas ela também foi alvo de especulações sobre a utilização de recursos ilícitos na campanha presidencial de 2010, quando esteve filiada ao PV. Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS teria afirmado, em delação premiada, que negociou a transferência ilegal de recursos para a campanha de Marina.

terça-feira, 21 de junho de 2016

PF investiga compra de jatinho que transportava Eduardo Campos em campanha presidencial e esquema milionário de lavagem de dinheiro

PUBLICADO  POR  
Foto: Reprodução
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (21) a Operação Turbulência para desarticular um esquema de lavagem de dinheiro descoberto após a investigação da compra do jatinho que transportava o ex-governador Eduardo Campos (PSB) durante a campanha presidencial de 2014. Segundo a PF, o esquema teria movimentado mais de R$ 600 milhões desde 2010.
A PF constatou que as empresas eram de fachada, constituídas em nome de “laranjas”. As transações eram feitas entre as próprias empresas fantasmas e também envolvendo algumas ligadas à Operação Lava Jato. Há suspeita de que parte dos recursos que transitaram nas contas examinadas serviam para pagamento de propina a políticos e formação de “caixa dois” de empreiteiras.
Estão sendo cumpridos 60 mandados judiciais, sendo 33 de busca e apreensão, 22 de condução coercitiva e cinco de prisão preventiva, além de mandados de indisponibilidade de contas e sequestro de embarcações, aeronaves e helicópteros dos principais integrantes da organização criminosa.
Segundo a Globo News, quatro dos mandados de prisão são contra Apolo Santana Vieira e João Lyra de Mello Filho, apontados como donos do avião, e Eduardo Bezerra Leite e Arthur Lapa Rosal, que teriam financiado parte da compra do avião.
Apolo foi preso por três policiais em uma academia na Zona Sul do Recife. Lyra e Leite foram presos em São Paulo e estão sendo trazidos para a sede da Polícia Federal em Pernambuco. O quinto, Paulo Sérgio de Barros, está foragido.
Além do Recife, os mandados estão sendo cumpridos em Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Paulista, Vitória de Santo Antão e Lagoa de Itaenga. Entre os bairros da capital pernambucana, os alvos estão nos bairros de Boa Viagem, Cordeiro, Espinheiro, Alto Santa Terezinha, Ibura e Pina. A PF vai divulgar mais informações sobre a operação em coletiva de imprensa ainda nesta manhã.
O ACIDENTE – Eduardo Campos morreu no dia 13 de agosto de 2014. O jatinho Cessna Citation PR-AFA decolou do Rio de Janeiro em direção à base área de Santos, na cidade do Guarujá, em São Paulo. Além de Eduardo Campos, outras seis pessoas estavam na aeronave: o jornalista Carlos Percol, o fotógrafo Alexandre Severo, o cinegrafista Marcelo Lyra, o assessor Pedro Valadares Neto, e os pilotos Geraldo Magela Barbosa da Cunha e Marcos Martins. Todos morreram no acidente aéreo. A aeronave caiu em um quintal de uma área residencial no bairro do Boqueirão, em Santos. Oito casas foram danificadas e 11 pessoas que estavam na área ficaram feridas após o impacto.
Eduardo deixou a esposa Renato Campos e cinco filhos
Marina Silva, então candidata a vice, passou a concorrer à presidência, mas o avião não apareceu nas prestações de conta de nenhum dos dois nem do PSB.
Força Aérea Brasileira (FAB) e o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) divulgaram em janeiro deste ano o relatório final sobre o acidente do jatinho que vitimou o ex-governador de Pernambuco. O cansaço de Marcos Martins, piloto do avião que caiu em Santos (SP), foi um dos fatores contribuintes para o desastre, que teve uma sequência de falhas humanas.
Além do uso de “atalho” para acelerar o procedimento de descida na Base Aérea de Santos, outro problema detectado durante os trabalhos foi a falta de treinamento do piloto, específico para aquela aeronave, um Cessna 560 XL, que levou à Aeronáutica, inclusive, a emitir uma recomendação de segurança à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), três meses depois do acidente.
Agreste

Detentos fazem buraco na parede de cela e tentam fugir da Cadeia de Saloá


NE10 Interior
Detentos estavam cavando buraco na parede de uma cela / Foto: Divulgação/Agreste Violento.
Detentos estavam cavando buraco na parede de uma celaFoto: Divulgação/Agreste Violento.
Agentes penitenciários encontraram um buraco em uma parede de uma cela na Cadeia Pública de Saloá, no Agreste de Pernambuco. Segundo a Polícia Militar, os agentes ouviram um barulho durante o banho de sol e realizaram uma revista nas celas, encontrando o buraco de cerca de 50 centímetros, que levaria os detentos para o lado externo da cadeia.

Ainda segundo a polícia, dez presidiários estavam dentro da cela. Eles estavam com tesouras, colheres, chunchos, um pedaço de um ventilador e um celular. Os detentos estavam utilizando sacos plásticos para esconder o material retirado da parede.

Os detentos foram encaminhados para outra cela. O diretor da unidade prisional informou que a cela está interditada e deve passar por uma reforma.

domingo, 19 de junho de 2016

Refinaria

TCU acha mais responsáveis por prejuízo de US$ 792 milhões em Pasadena


Estadão Conteúdo
O TCU também avalia eventual responsabilização de ex-conselheiros de Administração da Petrobras, entre eles a presidente afastada Dilma Rousseff. / Foto: Divulgação
O TCU também avalia eventual responsabilização de ex-conselheiros de Administração da Petrobras, entre eles a presidente afastada Dilma Rousseff.Foto: Divulgação
O Tribunal de Contas da União (TCU) pretende ampliar o número de responsáveis por prejuízos na compra da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). A área técnica da corte concluiu que, além dos 14 ex-dirigentes da Petrobras já implicados, outros executivos tiveram participação no negócio, considerado um dos piores já feitos pela estatal. Delatores da Operação Lava Jato revelaram que houve pagamento de propina na transação.
A inclusão de novos nomes foi discutida nos últimos dias por auditores destacados para analisar a compra da refinaria. Ao menos mais quatro pessoas devem passar a responder às tomadas de contas especiais em curso, entre elas o ex-gerente de Inteligência de Mercado da área Internacional, Rafael Mauro Comino. Ele foi um dos alvos da 20ª fase da Lava Jato, deflagrada em novembro, cujo objetivo foi aprofundar as investigações sobre o esquema de corrupção na aquisição da Pasadena.
Fora ex-dirigentes da Petrobras, o TCU também mira representantes do grupo belga Astra, que vendeu os ativos para a estatal brasileira.

O tribunal concluiu em 2014 que houve dano ao erário de US$ 792 milhões na compra de Pasadena, feita em duas etapas - uma em 2006 e outra em 2012. Na ocasião, os auditores entenderam que 14 executivos deram causa às perdas, determinando que eles respondessem às tomadas de contas - processos que visam ao ressarcimento.
Dez deles estão com os bens bloqueados, incluindo o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli e os ex-diretores Paulo Roberto Costa (Abastecimento), Nestor Cerveró e Renato Duque (Serviços).
A previsão é de que o ministro Vital do Rêgo, relator dos processos, peça ao plenário que também aprove a indisponibilidade dos bens dos novos responsáveis, o que deve ocorrer nas próximas semanas. Antes disso, no entanto, a corte precisa apreciar embargos de alguns dos ex-dirigentes que estão sendo processados.
O TCU também avalia eventual responsabilização de ex-conselheiros de Administração da Petrobras, entre eles a presidente afastada Dilma Rousseff. Auditores afirmam que não há, por ora, consenso a respeito.
A reportagem revelou em 2014 que a presidente Dilma deu aval à compra dos primeiros 50% da refinaria, em 2006. Na época, ela era ministra da Casa Civil e chefe do Conselho de Administração da Petrobras. Em nota ao jornal, a presidente justificou que se baseou num parecer falho, elaborado por Cerveró, que omitia cláusulas prejudiciais do negócio. Do contrário, assegurou, não votaria a favor. O ex-diretor, preso na Lava Jato, é hoje um dos delatores da operação.
A reportagem não localizou Rafael Comino e representantes do grupo Astra.
Levantamento

Empresas investigadas na Lava Jato e na Zelotes equivalem a 14% do PIB


Estadão Conteúdo
Muitas companhias, sobretudo fornecedoras da Petrobrás, quebraram e outras entraram em recuperação judicial.  / Foto: AFP
Muitas companhias, sobretudo fornecedoras da Petrobrás, quebraram e outras entraram em recuperação judicial.Foto: AFP
As empresas "oficialmente" envolvidas nas operações Lava Jato e Zelotes equivalem a cerca de 14% do PIB brasileiro. Segundo levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo, as 32 companhias com ações abertas na Justiça Federal ou com inquéritos públicos nas duas operações da Polícia Federal têm uma receita combinada de aproximadamente R$ 760 bilhões, o que, segundo analistas, dá uma ideia dos efeitos que as investigações sobre corrupção podem ter na economia brasileira.

"Não é um número desprezível. Se considerado o impacto indireto sobre a cadeia do petróleo e construção pesada do País, o estrago é chocante, de proporções incomensuráveis", diz o economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados. "A questão que fica é: quais serão os impactos para o País, olhando daqui pra frente?"
Os efeitos da Lava Jato sobre as empresas foram devastadores. Muitas companhias, sobretudo fornecedoras da Petrobrás, quebraram e outras entraram em recuperação judicial. Grandes grupos estão vendendo ativos e com dificuldade de refinanciar suas dívidas. Cerca de 1 milhão de trabalhadores foram demitidos ao longo dos últimos meses, de acordo com estimativa da Força Sindical. A CUT (Central Única dos Trabalhadores) calcula cerca de 140 mil cortes somente na área da construção. Fontes do setor de óleo e gás dizem que a Petrobrás eliminou mais de 170 mil vagas. A Odebrecht cortou cerca de 50 mil pessoas desde 2014.
Para Mendonça de Barros, o resultado disso tudo deve ser uma mudança na forma de se fazer negócios no Brasil, já que a corrupção reduz a eficiência produtiva. "O inverso pode ocorrer agora. O governo terá de rever as concessões e as relações com o setor privado".
Para Sérgio Lazzarini, do Insper, as empresas vão ter de se reinventar. "A Lava Jato cumpre o papel de escancarar um modelo vigente há séculos no País: o capitalismo de laços, em que o sucesso dos grupos econômicos está ligado ao Estado."
Mas essa reinvenção não será fácil. Os grupos que sobreviverem ao turbilhão terão mais dificuldade de obter crédito e buscar sócios. É o caso da Petrobrás, que tenta se desfazer de parte da BR Distribuidora e de outros ativos. No caso da BR, busca um sócio. Os interessados, porém, resistem em ser minoritários da estatal.
Rodrigo Zeidan, da Fundação Dom Cabral, diz que as investigações ajudam a ampliar o ciclo econômico negativo vivido pelo País. Mas já há visões mais otimistas. "A sensação pior ficou para trás. Há uma mudança de percepção de ânimo dos investidores", diz Alexandre Bertoldi, sócio-gestor do Escritório Pinheiro Neto.

OUTRO LADO -  A reportagem procurou as 32 empresas citadas nas investigações. Bradesco, Camargo Corrêa, Engevix, Odebrecht, Petrobrás, Serveng e UTC não comentaram. A Gerdau, citada na Zelotes, informou que "nem o grupo nem seus executivos prometeram (...) ou deram vantagem indevida a funcionários públicos". O Safra informou que o banco não tem implicação na Zelotes, mas sim a JS Administração. O Santander diz que não é parte investigada. Corretora Tov, MPE, Fidens, Qualy, Laser Jet e Brasil Trade não foram encontradas pela reportagem. As outras companhias citadas não retornaram os pedidos de entrevista.


sábado, 4 de junho de 2016

Rio de Janeiro

Jovem que sofreu estupro coletivo foi violentada em duas ocasiões, diz polícia


Estadão Conteúdo
Nesta sexta-feira (3), a delegada responsável pelas investigações, Cristiana Onorato Bento, contou ao jornal O Estado de S. Paulo que a vítima foi levada desacordada para o local do crime. / Foto: Agência Brasil
Nesta sexta-feira (3), a delegada responsável pelas investigações, Cristiana Onorato Bento, contou ao jornal O Estado de S. Paulo que a vítima foi levada desacordada para o local do crime.Foto: Agência Brasil
A jovem de 16 anos vítima de estupro coletivo no Rio de Janeiro foi violentada em dois momentos diferentes no dia do crime, segundo a polícia. De dez a doze homens podem ter participado da ação. A informação foi divulgada neste sábado (4), pelo jornal O Globo. Nesta sexta-feira (3), a delegada responsável pelas investigações, Cristiana Onorato Bento, contou ao jornal O Estado de S. Paulo que a vítima foi levada desacordada para o local do crime, a casa conhecida como "abatedouro", no Morro da Barão, na zona oeste.
Segundo a delegada, a jovem lhe contou que foi com um casal de amigos e um outro homem para uma casa depois de um baile funk. No local, ela teve relação sexual com Raí de Souza, preso na segunda-feira (30). Lucas Perdomo fez sexo com a outra jovem. Segundo Raí, a relação foi consensual.

A jovem contou que, quando acordou, estava em um segundo lugar, no "abatedouro". Um homem a segurava, outros estavam ao seu redor. Os locais ficam próximos, segundo a delegada. As duas violências contra a adolescente teriam acontecido nessa segunda casa, com ela já desacordada. 
Na primeira vez, à tarde, a jovem teria sido violentada por traficantes do local que carregaram a menina até o "abatedouro". Um deles seria o traficante Moisés de Lucena, que está sendo procurado pela polícia.
A segunda violência contra a jovem aconteceu já à noite, por Raí de Souza, que voltou ao local acompanhado pelo ex-cinegrafista Raphael Belo (ele aparece numa foto com a boca aberta e a língua de fora, ao lado da adolescente nua), e um terceiro homem de apelido "Jefinho". Belo está preso desde a última terça-feira (31). Jefinho é procurado pela polícia assim como mais três suspeitos. 
O celular de Raí, usado para gravar o vídeo da jovem sendo manipulada nua e desacordada, foi recuperado pela polícia e passa por perícia. Raí diz que foi ao "abatedouro" porque estaria "preocupado com a adolescente". Belo, numa carta à imprensa, negou ter violentado a jovem e pediu desculpas pelas imagens.
Na quinta feira, 2, a delegada pediu a libertação de Lucas Perdomo, porque não haveria provas de que ele estaria na cena do crime. Ele deixou a prisão na noite de sexta-feira, 3, mas continua sob investigação.