Menino nasceu sem pênis e ânus vive uma batalha diária pela sobrevivência
Catador de lixo e mulher o acolheram, mas renda mensal de R$ 350 não é suficiente
Marina Mahmood/Folha de Pernambuco
Maria Lígia e José Aureliano, que é tio avô do menino, cuidam dele como um filho
Por conta do problema, precisa de cuidados diários. A urina e as fezes de Davi saem e um buraco abaixo da barriga. Assim como o catador de lixo, a mulher dele, Maria Lígia da Silva, 40 anos, cuida da criança como um filho. Troca fralda e usa gaze e pomada para fazer a limpeza da abertura feita pelas médicas após nascimento, para que o menino pudesse sobreviver.
O casal contou que já entrou com uma ação para obter a guarda provisória de Davi e, em seguida, pedir a sua adoção. A princípio, Maria Lígia demonstrou receio em acolher o pequeno. Com o passar do tempo e os cuidados, o carinho foi crescendo e tornou-se um afeto maternal. “Já tenho três filhos, todos mais velhos, mas agora crio Davi como meu filho. Não posso deixá-lo”, comenta Maria Lígia, que parou de estudar e trabalhar para poder cuidar do garoto.
É com o dinheiro da venda do que consegue colher na rua e o auxílio do bolsa família que José Aureliano custeia o aluguel da pequena casa em que vive, que custa R$ 150, a alimentação da família, os medicamentos e produtos de higiene para o pequeno. É pouco. Por perceber as dificuldades, amigos e vizinhos, preocupados, tentam ajudar. “Eles se preocupam muito como bem-estar de Davi. Mas, quando o bem não chega, temos que nos se virar com o que temos. As vezes vendemos algumas coisas em casa para comprar as coisas”, lamenta José Aureliano.
Às vezes o dinheiro é tão pouco que falta o que comer. A prioridade para a família são as gases e pomadas para o menino. Com Davi nos braços, sempre sorrindo ou tentando pegar algum objeto, Maria Lígia fez um apelo. “Gastamos muito gaze e pomadas diariamente. E esses materiais são muito importantes. Quem puder doar, ajudará muito”, disse.
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