EPIDEMIA

Mutirão para controle da dengue neste sábado visita mais de 3 mil imóveis no Recife

Esquema de plantão foi reforçado devido ao avanço da epidemia. Já são 349 pessoas com diagnóstico confirmado, o que representa um aumento de 15% em dois dias

Do JC Online

Agentes de saúde ambiental orientaram moradores

Fernando da Hora/JC Imagem

Um novo boletim epidemiológico da dengue, divulgado ontem (6) mostra que a epidemia se torna cada vez mais intensa na capital pernambucana. Cerca de 1,8 mil pessoas adoeceram com sinais de dengue neste ano no Recife. Desses casos, 349 já estão com diagnóstico confirmados – um aumento de 15% em apenas dois dias. Na quarta-feira (4), o balanço apresentou 295 doentes comprovados. Esses números levaram a Secretaria de Saúde do Recife, através da Vigilância Ambiental e Controle de Endemias, a intensificar o esquema de plantão no fim de semana para controle da dengue. O primeiro foi realizado há sete dias. 

Nenhum distrito sanitário ficou de fora do cronograma de ações de controle da epidemia, que começou às 8h e só termina às 16h. O mutirão foi comandado pelos agentes de saúde ambiental do Recife, que reforçaram a visita aos imóveis (3,2 mil imóveis foram inspecionados), orientaram moradores, coletaram amostra de água com larvas do mosquito e observaram situações de risco no ambiente, como presença de lixo e de água empoçada. 

“No fim de semana passado, iniciamos o nosso plantão nos bairros dos distritos sete e oito, que são os mais atingidos pelo aumento de casos. Com o avançar da epidemia, contudo, ampliamos o trabalho para todas as áreas da cidade. São cem profissionais espalhados por diversos bairros”, disse o gerente de Vigilância Ambiental e Controle de Endemias do Recife, Jurandir Almeida. Ele acompanhou a jornada extra dos agentes de saúde ambiental no bairro de Água Fria, no distrito dois, Zona Norte do Recife. É a segunda área da capital mais atingida pela epidemia, com um maior percentual de casos notificados (20,2%), depois do distrito sete (23,4%). 

Durante o mutirão, os agentes tentam ter acesso aos imóveis nos quais não conseguiram fazer a inspeção ao longo da semana. “Aproximadamente 20% deles estão fechados de segunda a sexta-feira porque os moradores estão no trabalho no momento em que chegamos para fazer a visita. Há casos também de recusa, em que o dono da residência ou do estabelecimento não nos deixa entrar”, informou Jurandir. Ele faz um apelo para a população autorizar a entrada dos agentes nos imóveis, pois o trabalho só tem um único objetivo: frear os casos da dengue na cidade. 

“Estamos batendo de porta em porta porque cerca de 80% dos focos do mosquito estão em água usada para uso doméstico. Nossa orientação é simples: cada família deve dedicar apenas 10 minutos por dia para livrar a residência da proliferação do Aedes aegypti. É importante observar se o lixo está em sacos plásticos, com a tampa da lixeira bem fechada. Além disso, os tonéis e reservatórios de água precisam estar bem fechados”, orienta Jurandir. 

Os agentes de saúde ambiental fazem ainda busca ativa de casos da doença e abordagens educativas nas residências. O regime de plantão contra o mosquito deve ir até o fim do mês.