PESQUISA
Mais de 70% dos brasileiros rejeitam corte do Fies
Dados são da pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau com o Instituto de Pesquisa MDA
Da editoria de Brasil
Alterações estão sendo formuladas desde dezembro, gerando apreensão entre os estudantes
Foto: JC Imagem
A maioria dos brasileiros desaprova as mudanças realizadas no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Segundo estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), em parceria com o Instituto de Pesquisa MDA, 73% dos entrevistados são contra as medidas que resultaram na redução do Fies, 94% consideram que o governo federal deveria ampliar os investimentos em educação e 87% rejeitam cortes no setor com a finalidade de promover ajustes na economia.
O Programa Universidade para Todos (Prouni), o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e o Fies são vistos como unanimidade em todas as regiões e classes sociais. “Esses programas conquistaram o consenso na sociedade”, atesta Adriano Oliveira, coordenador da pesquisa. “Os resultados obtidos também mostram claramente que os brasileiros repudiam qualquer enfraquecimento deles, sejam promovidos pelo atual governo ou por outras eventuais gestões”, analisa.
A pesquisa, realizada entre os dias 12 e 13 de março, vem a público logo após uma entrevista concedida pela presidente Dilma Rousseff, na última terça-feira (17), em que ela declarou que o governo “cometeu erros com o Fies” ao deixar as matrículas a cargo do setor privado, e destacou ajustes no programa.
As alterações estão sendo formuladas desde dezembro, gerando apreensão entre os estudantes subsidiados pelo fundo: cerca de 1,9 milhão de alunos, entre 2010 e 2014, totalizando investimento de R$ 28,45 bilhões.
Pouco mais de 58 mil destes estudantes estão matriculados em faculdades pernambucanas, como Patrícia Alexandre, de 21 anos, que cursa o terceiro período de psicologia da Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire). Ela fez jus a uma bolsa de 100% e considera o benefício sua “oportunidade de poder estudar”. “De outra forma, não poderia pagar os R$ 627 da mensalidade”, confessa.
Embora o Ministério da Educação (MEC) garanta que todos os alunos que efetuaram o contrato com o fundo de financiamento até o ano passado terão seus aditamentos renovados no prazo de 30 de abril, muitos beneficiários estão apreensivos. “Tenho medo de alguma mudança desfavorável”, admite Patrícia.
A pesquisa, realizada entre os dias 12 e 13 de março, vem a público logo após uma entrevista concedida pela presidente Dilma Rousseff, na última terça-feira (17), em que ela declarou que o governo “cometeu erros com o Fies” ao deixar as matrículas a cargo do setor privado, e destacou ajustes no programa.
As alterações estão sendo formuladas desde dezembro, gerando apreensão entre os estudantes subsidiados pelo fundo: cerca de 1,9 milhão de alunos, entre 2010 e 2014, totalizando investimento de R$ 28,45 bilhões.
Pouco mais de 58 mil destes estudantes estão matriculados em faculdades pernambucanas, como Patrícia Alexandre, de 21 anos, que cursa o terceiro período de psicologia da Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire). Ela fez jus a uma bolsa de 100% e considera o benefício sua “oportunidade de poder estudar”. “De outra forma, não poderia pagar os R$ 627 da mensalidade”, confessa.
Embora o Ministério da Educação (MEC) garanta que todos os alunos que efetuaram o contrato com o fundo de financiamento até o ano passado terão seus aditamentos renovados no prazo de 30 de abril, muitos beneficiários estão apreensivos. “Tenho medo de alguma mudança desfavorável”, admite Patrícia.
MUDANÇAS
As mudanças nas regras do Fies incluem critérios mínimos de seleção, como a obtenção de pelo menos 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O governo também está exercendo maior controle sobre a disponibilização de vagas. Os boatos fervilham entre os estudantes de todo o País, que destacam a dificuldade em preencher o cadastro no site do MEC. “A gente preenche tudo e no final, o sistema cai”, conta Natália Figueirôa, 19, aluna do primeiro período do curso de medicina na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).
Na sua sala, sete colegas provenientes de escolas públicas são beneficiários do Prouni. Os demais precisam achar uma maneira de financiar os R$ 4.160 da mensalidade. “Ninguém sabe informar nada. 90% dos meus colegas ainda não pagaram o mês de março, e meus pais estão desesperados”, angustia-se ela. Douglas Farias, 24 anos é um dos poucos que já obtiveram os recursos. Com renda familiar bruta de R$ 5 mil, ele conseguiu uma bolsa integral do Fies. “Só assim eu tive acesso a um ensino de qualidade, podendo pagar depois”, sorri.
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