PENITENCIÁRIA
Um detento morre em briga na Barreto Campelo
Briga dentro da unidade seria pelo controle do pavilhão C. Outros três detentos ficaram feridos
Do JC Online
Há a suspeita de que o detento foi atingido por uma arma de fogo e, em seguida, por facas artesanais
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Mais um capítulo na crise do sistema penitenciário do Estado. Um detento morreu após uma confusão na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife, no final da tarde deste domingo (8). José Nazareno da Silva Marinho, 26 anos, envolveu-se em uma confusão com outros detentos e acabou sendo assassinado. Outros três pesos foram feridos, sendo que dois foram levados à UPA de Igarassu e um foi atendido na enfermaria da unidade prisional. No sábado, um outro detento foi morto na Penitenciária Enio Pessoa Guerra, em Limoeiro, no Agreste, após outra briga interna.
De acordo com o Sindicato dos Agentes penitenciários, mesmo após a confusão, o clima era tranquilo na Barreto Campelo. Não houve rebelião ou motim, foi um caso isolado. Há informações de que o detento morto foi atingido primeiro por um tiro e depois esfaqueado por armas artesanais. O corpo foi parcialmente carbonizado.
O tiro, segundo o presidente do Sindicato, Nivaldo Oliveira, teria partido do chaveiro do pavilhão C, onde ocorreu a briga. “Um dos presos que presenciou a confusão informou isso”, disse.
No entanto, a informação do ferimento com arma de fogo não foi confirmada pela perícia inicial. “A vítima tinha inúmeras lesões por instrumento perfuro-cortante em várias partes do corpo. Não dá nem para nominar agora e ainda teve o corpo parcialmente carbonizado. Tendo em vista a carbonização do corpo, só o IML poderá informar com precisão”, afirmou a perita Vanja Coelho.
A delegada Verônica Azevedo, do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), disse que não havia como confirmar se houve o disparo da arma de fogo. Não foi feita uma vistoria no presídio após a confusão. Nivaldo Oliveira denunciou que, na hora da briga, apenas quatro detentos faziam a guarda da unidade.
A briga no pavilhão teria começado logo após o término do período de visita e envolveu duas facções que queriam o domínio do local. “Ele (a vítima fatal) era uma das pessoas que estava sendo retaliada pelos demais. Ele era envolvido com pequenos furtos entre os presos e havia muito conflito nesse pavilhão que ele participava”, explicou a delegada.
“Já está mais do que provado que precisamos de uma intervenção da Guarda de Segurança Nacional até a realização do concurso para agentes penitenciários. Falta humildade do governo do Estado de assumir isso”, cobrou o sindicalista Nivaldo Oliveira. A assessoria de imprensa da da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, que gere o sistema prisional do Estado, afirmou que essa hipótese não foi cogitada.
Na Penitenciária Enio Pessoa Guerra, em Limoeiro, uma briga entre dois presos terminou com a morte do detento Vandeildo Alves de Freitas, no sábado. Ele chegou a ser socorrido, mas faleceu no hospital da cidade. Outro detento, Antônio Evaristo da Silva, foi encaminhado para a delegacia de Limoeiro, onde foi autuado em flagrante.
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