ENOFILIA
Vinhos brancos conquistam o consumidor pernambucano
A bebida mostra expressivo aumento de vendas, principalmente no que diz respeito ao espumantes
Espumantes são responsáveis por estender o hábito de brindar também na praia, piscina e atividades ao ar livre
Eduardo Sena/Especial para JC Imagem
Números, neste caso, valem mais que palavras: de 2013 para 2014, a venda de vinhos brancos e espumantes tiveram um aumento de 80% no portfólio da importadora e distribuidora LD Ltda, do empresário Licínio Dias, que atende 150 restaurantes, de grande e médio porte na Região Metropolitana do Recife. Nesse contexto, os espumantes e champanhes foram responsáveis por 50%. Tem mais: se, neste mesmo período, os brancos (entenda-se tranquilos ou borbulhantes) eram apenas 10% do total dos rótulos disponíveis, hoje eles são 30%, avançando devagar, mas decisivos, sobre a fatia dos tintos, ainda os preferidos. Os países produtores mais procurados, na ordem de importância: Chile, Portugal, Argentina, Espanha e Itália, mas Portugal já consagrado com os tintos tem mostrado vigor para conquistar a hegemonia, garante a diretora administrativo-financeira da LD, Jorgeane Meriguette.
O ressurgimento dos brancos na preferência do consumidor depois de décadas no ostracismo da rejeição tem tudo a ver com uma adequação óbvia, mas que até então vinha sendo ignorada: mais leves (sem taninos) e frescos (podem ser servidos gelados) são perfeitos para quem, como nós, vive eterna e intrinsecamente ligado ao trinômio água + sol + atividades ao ar livre. Muitos atribuem o hiato à forma como os vinhos brancos nos foram inicialmente introduzidos, com os exemplares adocicados e nem sempre de boa qualidade trazidos da Europa.Vinhos são como pessoas: leva-se uma vida para construir uma reputação, mas relativamente pouco tempo para arruiná-la.
O português João Antônio Santos, diretor executivo da empresa RioSol, foi um dos pioneiros a apostar no crescimento orgânico dos brancos dentro desse cenário: Já é possível perceber que o brasileiro passou a ter um maior interesse neste produto, o que denota um amadurecimento do consumidor. O espumante já está em outro patamar em relação aos vinhos tranquilos. Seu consumo cresce cerca de 12% ao ano , principalmente pelo glamour a ele atrelado, por acompanhar muito bem a nossa gastronomia e ser uma excelente opção para praia, piscina e momentos de descontração e festas também ao ar livre, avalia o vitivinicultor.
Localizada em Lagoa Grande, município vinho a Petrolina, os produtos da vinícola Santa Maria, responsável pela marca RioSol, foram completamente integrados à rotina dos moradores das vizinhanças. Na praia formada pelas areias do São Francisco, nos passeios de barco pelas suas águas ou nas piscinas das casas, construídas para aplacar o clima quente do Sertão, a cerveja já tem como rival um produto 100% local:O São Francisco funciona como um um fio condutor de energia e revitalização. A maioria dos habitantes no fim de semana desfruta do rio, em todos os casos o branco está sempre presente. O vinho se tornou uma coisa normal na rotina dos petrolinenses, confirma João Santos.
Do Sertão ao litoral, a pisada vem sendo a mesma, num ritmo crescente. Ao ser inaugurado, em fevereiro de 2011, o quiosque Barracuda foi concebido para durar apenas um semestre, mas a proposta original de focar no consumo de vinhos à beira-mar deu tão certo que ele prosseguiu, no posto 2, Pina, até meados de 2013. A tradicional barraca de água de coco virou ponto de convergência de enófilos e enólogos, com noites dedicadas à harmonização entre vinho e comida.Continuo a acreditar que as barracas de praia poderiam ser um lugar perfeito para vender vinhos e espumantes e, principalmente, uma ferramenta importante na divulgação dos produtos pernambucanos, reforça João Santos, da RioSol, que fez do quiosque uma vitrine avançada para seu produto. A Barracuda deveria servir de inspiração para outras barracas ou restaurantes , pousadas etc. Afinal, somos uma região produtora de vinhos ( o Vale São Francisco produz 15 % vinho brasileiro) e deveríamos ter orgulho da nossa produção, complementa.
O chef Felipe Barreto, por exemplo, aproveita o acesso privilegiado do seu restaurante Munganga, que se estende até as cobiçadas areias de Porto de Galinhas, para montar o seu bar de praia, onde tem bastante procura a dobradinha espumante x frutos do mar, com a vantagem de atender o banhista em seu próprio habitat: com roupa de banho, molhado, pé na areia, bem à vontade no paraíso. A 65 quilômetros dali, em Brasília Teimosa, o restaurante Casa do Mar jogou suas fichas no mesmo páreo e também acertou. Segundo Priscilla Flores, uma das sócias no empreendimento, na carta de vinhos, que começou com a predominância dos tintos, hoje os brancos e rosês imperam numa proporção de 80%: Temos apenas quatro tintos, confirma, sendo ela mesma uma usuária preferencial de vinhos quando está na praia: Se houvesse mais oferta, seguramente haveria mais adesão, diz, lembrando que o consumo mais amplo desta bebida ainda é dificultado pelas condições de serviço que exige: taças, saca-rolha, garrafas de vidro, baldes individuais para mantê-lo na temperatura adequada.
Para o empresário José Pinteiro Filho, à frente do estaleiro pernambucano Ecomariner, o hábito de consumir brancos e espumantes a bordo é relativamente novo para maioria dos seus amigos e clientes do mundo náutico, mas já se faz bem visível, até porque os barcos oferecem excelentes condições para o ritual de degustação que a bebida requer. As embarcações de grande e médio porte, espécie de ‘casas marítimas’, proporcionam muito mais conforto com áreas que possuem espaço gourmet, cozinha interna, área climatizada, entre outros apetrechos que deixam o enófilo bem à vontade, explica. Ele mesmo já começa a trocar, ocasionalmente, a cervejinha e o uísque pelo fermentado de uva.
O Gerente Regional da Moet Hennessy, Ricardo Jaegger, que atua na região Nordeste representando as marcas Chandon , Veuve Clicquot , Moet , Ruinart , Dom Perignon e Krug, registra, no segmento de espumantes e champanhes, um crescimento acima de dois dígitos nos últimos anos. E nosso objetivo é continuar crescendo nesses patamares nos próximos anos, assegura e fala sobre estratégias: “Estamos focando cada vez mais em ações aproveitando o clima nordestino. Para o verão 2015, a aposta é a Chandon Passion, para ser consumida com gelo, revela.
O ressurgimento dos brancos na preferência do consumidor depois de décadas no ostracismo da rejeição tem tudo a ver com uma adequação óbvia, mas que até então vinha sendo ignorada: mais leves (sem taninos) e frescos (podem ser servidos gelados) são perfeitos para quem, como nós, vive eterna e intrinsecamente ligado ao trinômio água + sol + atividades ao ar livre. Muitos atribuem o hiato à forma como os vinhos brancos nos foram inicialmente introduzidos, com os exemplares adocicados e nem sempre de boa qualidade trazidos da Europa.Vinhos são como pessoas: leva-se uma vida para construir uma reputação, mas relativamente pouco tempo para arruiná-la.
O português João Antônio Santos, diretor executivo da empresa RioSol, foi um dos pioneiros a apostar no crescimento orgânico dos brancos dentro desse cenário: Já é possível perceber que o brasileiro passou a ter um maior interesse neste produto, o que denota um amadurecimento do consumidor. O espumante já está em outro patamar em relação aos vinhos tranquilos. Seu consumo cresce cerca de 12% ao ano , principalmente pelo glamour a ele atrelado, por acompanhar muito bem a nossa gastronomia e ser uma excelente opção para praia, piscina e momentos de descontração e festas também ao ar livre, avalia o vitivinicultor.
Localizada em Lagoa Grande, município vinho a Petrolina, os produtos da vinícola Santa Maria, responsável pela marca RioSol, foram completamente integrados à rotina dos moradores das vizinhanças. Na praia formada pelas areias do São Francisco, nos passeios de barco pelas suas águas ou nas piscinas das casas, construídas para aplacar o clima quente do Sertão, a cerveja já tem como rival um produto 100% local:O São Francisco funciona como um um fio condutor de energia e revitalização. A maioria dos habitantes no fim de semana desfruta do rio, em todos os casos o branco está sempre presente. O vinho se tornou uma coisa normal na rotina dos petrolinenses, confirma João Santos.
Do Sertão ao litoral, a pisada vem sendo a mesma, num ritmo crescente. Ao ser inaugurado, em fevereiro de 2011, o quiosque Barracuda foi concebido para durar apenas um semestre, mas a proposta original de focar no consumo de vinhos à beira-mar deu tão certo que ele prosseguiu, no posto 2, Pina, até meados de 2013. A tradicional barraca de água de coco virou ponto de convergência de enófilos e enólogos, com noites dedicadas à harmonização entre vinho e comida.Continuo a acreditar que as barracas de praia poderiam ser um lugar perfeito para vender vinhos e espumantes e, principalmente, uma ferramenta importante na divulgação dos produtos pernambucanos, reforça João Santos, da RioSol, que fez do quiosque uma vitrine avançada para seu produto. A Barracuda deveria servir de inspiração para outras barracas ou restaurantes , pousadas etc. Afinal, somos uma região produtora de vinhos ( o Vale São Francisco produz 15 % vinho brasileiro) e deveríamos ter orgulho da nossa produção, complementa.
O chef Felipe Barreto, por exemplo, aproveita o acesso privilegiado do seu restaurante Munganga, que se estende até as cobiçadas areias de Porto de Galinhas, para montar o seu bar de praia, onde tem bastante procura a dobradinha espumante x frutos do mar, com a vantagem de atender o banhista em seu próprio habitat: com roupa de banho, molhado, pé na areia, bem à vontade no paraíso. A 65 quilômetros dali, em Brasília Teimosa, o restaurante Casa do Mar jogou suas fichas no mesmo páreo e também acertou. Segundo Priscilla Flores, uma das sócias no empreendimento, na carta de vinhos, que começou com a predominância dos tintos, hoje os brancos e rosês imperam numa proporção de 80%: Temos apenas quatro tintos, confirma, sendo ela mesma uma usuária preferencial de vinhos quando está na praia: Se houvesse mais oferta, seguramente haveria mais adesão, diz, lembrando que o consumo mais amplo desta bebida ainda é dificultado pelas condições de serviço que exige: taças, saca-rolha, garrafas de vidro, baldes individuais para mantê-lo na temperatura adequada.
Para o empresário José Pinteiro Filho, à frente do estaleiro pernambucano Ecomariner, o hábito de consumir brancos e espumantes a bordo é relativamente novo para maioria dos seus amigos e clientes do mundo náutico, mas já se faz bem visível, até porque os barcos oferecem excelentes condições para o ritual de degustação que a bebida requer. As embarcações de grande e médio porte, espécie de ‘casas marítimas’, proporcionam muito mais conforto com áreas que possuem espaço gourmet, cozinha interna, área climatizada, entre outros apetrechos que deixam o enófilo bem à vontade, explica. Ele mesmo já começa a trocar, ocasionalmente, a cervejinha e o uísque pelo fermentado de uva.
O Gerente Regional da Moet Hennessy, Ricardo Jaegger, que atua na região Nordeste representando as marcas Chandon , Veuve Clicquot , Moet , Ruinart , Dom Perignon e Krug, registra, no segmento de espumantes e champanhes, um crescimento acima de dois dígitos nos últimos anos. E nosso objetivo é continuar crescendo nesses patamares nos próximos anos, assegura e fala sobre estratégias: “Estamos focando cada vez mais em ações aproveitando o clima nordestino. Para o verão 2015, a aposta é a Chandon Passion, para ser consumida com gelo, revela.
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