domingo, 22 de fevereiro de 2015

MMA

Anderson Silva tem futuro incerto no MMA

Mundo do esporte pergunta se chegou ao fim a carreira do lutador, pego no exame antidoping

Anderson Silva está suspenso do MMA temporariamente e aguarda  julgamento no próximo mês / Divulgação/UFC

Anderson Silva está suspenso do MMA temporariamente e aguarda julgamento no próximo mês

Divulgação/UFC

Perda do cinturão dos pesos médios para o norte-americano Cris Weidman em julho de 2013. Grave fratura na perna esquerda durante a revanche, em dezembro do mesmo ano. Retorno aos octógonos, no dia 31 do mês passado, quando venceu o também norte-americano Nick Diaz no UFC 183, manchado por dois exames antidoping positivos. Aos 39 anos e suspenso do MMA até ser julgado pela Comissão Atlética do Estado de Nevada (NSCA, na sigla em inglês) no próximo mês, Anderson Silva vem vivenciando uma sequência de episódios que parece empurrá-lo a uma aposentadoria maculada. Para muitos, o Aranha sofreu uma inversão de papéis. Passou de mito a vilão. De defensor do esporte limpo a trapaceiro. Mas apesar de o cenário ser dos mais sombrios, especialistas garantem que o brasileiro ainda pode dar a volta por cima.
Na história do esporte nacional, outros casos reforçam essa perspectiva. No vôlei, a pernambucana Jaqueline Carvalho foi pega pelo uso de sibutramina em 2007. Punida com 9 meses de suspensão, ela teve a pena revista e reduzida para três. Logo depois, ajudou a seleção feminina a conquistar a primeira medalha de ouro olímpica do País na modalidade durante os Jogos de Pequim-2008. Na mesma Olimpíada, Maurren Maggi também fez história. Depois de ficar afastada do esporte entre 2003 e 2005 por testar positivo para o esteroide Clostebol, ela conquistou o ouro inédito para as brasileiras no salto em distância. 
“Atletas de alto rendimento costumam ter alto grau de resiliência, sempre conseguindo tirar proveito das situações mais adversas. Anderson Silva pode dar a volta por cima, sim, desde que preste atenção diferenciada ao lado emocional no período em que for obrigado a ficar afastado do MMA. A maneira como as pessoas o viam mudou drasticamente e isso pode ter efeito devastador na carreira de um atleta”, comentou a psicóloga esportiva Izabela Amblard.
Assim como boa parte da opinião pública, os chefões do UFC também se mostraram decepcionados com o Aranha. Na semana passada, durante coletiva de imprensa, um dos donos do evento, Lorenzo Fertitta, declarou que Anderson Silva foi o ponto de virada no combate ao doping dentro do MMA, assim como Lance Armstrong (que abusou de anabolizantes para conquistar sete vezes a Volta da França) foi no ciclismo. “O que aconteceu com ele forçou um aceleramento do processo. Não podemos nos acomodar após um fato como esse”, afirmou. “Quando um cara como Anderson Silva é pego, isso envia uma mensagem. Nós ficamos completamente chocados com o que aconteceu”, completou o presidente do Ultimate, Dana White.
Em silêncio desde que foi pego nos exames feitos nos dias 9 e 31 de janeiro - no primeiro foram encontrados os esteroides drostanolona e androsterona. No outro, novamente drostanolona e ainda os compostos ansiolíticos oxazepam e temazepan - Anderson só se pronunciou sobre o caso na última sexta-feira. “O tempo que se leva para destruir uma reputação é infinitamente menor do que o empenhado em construí-la. Sou o maior interessado no esclarecimento desse episódio. Quero que os que sempre me prestigiaram saibam que continuo lutando para que todas as sombras sobre esse triste episódio sejam dissipadas”, escreveu em sua conta no Instagram.

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