TECNOLOGIA
Radar monitora avanço do mar em Paulista
Convênio entre Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Secretaria de Meio Ambiente do município inclui uso do equipamento
Da Editoria de Cidades
Radar está instalado em cima de um edifício na beira-mar de Pau Amarelo
Foto: Divulgação/Prefeitura de Paulista
Para otimizar as técnicas de contenção do avanço do mar, a Prefeitura de Paulista, no Grande Recife, reforçou o sistema de monitoramento da costa marinha, com um radar, cedido por um ano em convênio entre a Secretaria municipal de Meio Ambiente e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Além disso, nove fiscais que atuam nesta área receberam quatro bicicletas elétricas para percorrer a orla de 14 quilômetros de extensão. O objetivo é reunir informações e montar banco de dados sobre a maré na região para tentar conter a erosão.
O convênio está avaliado em R$ 250 mil e inclui o uso do radar, instalado em cima de um prédio na beira-mar de Pau Amarelo e cuja função é analisar tamanho, velocidade e direção das ondas formadas em um raio de 500 metros. “Dessa forma, será possível identificar as variações das condições da maré em cada época do ano. Estudantes da universidade vão acompanhar o transporte de sedimento em sete pontos, que vão de Enseadinha até Maria Farinha. Também está previsto o uso de objetos chamados ADCP, após a barreira de recifes, responsáveis por avaliar as condições das correntes marítimas”, explica o professor do Departamento de Oceanografia da UFPE Alex Costa da Silva, que auxilia a implantar o projeto no município.
Já as bicicletas elétricas podem rodar 25 quilômetros e são carregadas por bateria. Cada uma custa R$ 3.500. Os monitores vão utilizá-las para medir faixas de areia, fiscalizar bares ou barracas ao longo da orla, crimes ambientais e monitorar pontos de desova de tartarugas marinhas. “O monitoramento é importante para o planejamento urbano. Não adianta construir um quiosque ou uma quadra em um ponto onde o mar pode avançar e destruir tudo. Vamos fazer também, em 15 dias, imagens topográficas utilizando drone. Dessa forma, poderemos descobrir se alguns locais vão sofrer erosão no futuro”, afirma o secretário de Meio Ambiente do município, Leslie Tavares.
Há dois anos, a gestão implantou a técnica de bagwell, que consiste na colocação de grandes blocos de concreto e argamassa que dissipam a energia das ondas. O projeto ajudou, mas o mar ainda avança em alguns pontos. No Forte de Pau Amarelo, por exemplo, a contenção minimizou os efeitos, mas os problemas persistem. “A prefeitura fez uma contenção e o equipamento funciona, mas não é suficiente. Quando estamos em agosto e os ventos ficam mais fortes, a água avança e forma uma lagoa em frente da minha casa”, descreve o comerciante Ivan Carlos, morador da área.
Um projeto de requalificação do calçadão, que prevê a construção de quiosques, quadras e ciclovias, está sendo elaborado para a Praia do Janga, onde a situação está controlada. O estudo deve ser concluído no fim do mês que vem. Ações de revitalização em Pau Amarelo só poderão ser feitas após acompanhamento do monitoramento. “Neste ponto, por exemplo, não conhecemos o tamanho das ondas. Precisamos fazer uma contenção adequada e só depois pensar em colocar equipamentos ali”, afirma Leslie Tavares.
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