sexta-feira, 12 de junho de 2015

Porto de Galinhas sente efeitos da crise

Hoteleiros se queixam de aumento dos custos e queda da receita. Convention Bureau reforça atração de eventos


Ocupação está em torno de 65%. Diárias baixaram  / Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

Ocupação está em torno de 65%. Diárias baixaram

Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

O setor hoteleiro de Porto de Galinhas, principal destino turístico do Litoral Sul pernambucano,experimenta um ano difícil. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a taxa de ocupação se mantém relativamente estável - e até levemente acima do que tinha sido projetado para o período de crise -, mas o cenário forçou uma redução das tarifas e, com os custos elevados, a consequência foi uma queda de receita. A boa notícia é que o mercado ainda está segurando a mão de obra. 
O recém-criado Porto de Galinhas Convention & Visitors Bureau está se organizando para traçar um projeto de atuação até 2020 na tentativa de aquecer os negócios. Bastante focado em ações de marketing, o grupo quer vender o destino também como opção de eventos, convenções e negócios, além do já consolidada lazer. 
“Está muito difícil este ano. Não se consegue vender com antecedência. A cada mês, a venda é na última hora”, comenta o presidente do Porto CVB, Otaviano Maroja. O preço das diárias baixou, em média, 10%, e a receita caiu, em média, 20% na comparação anual. “Os custos subiram muito, com destaque para a energia”, diz o vice-presidente do Convention, Massimo Pellitteri. 
A taxa de ocupação de janeiro a maio ficou, em média, em 65%. Em 2014, a média foi de 67% para todo o ano. Porto tem aproximadamente 13 mil leitos. Cerca de 90% dos visitantes são brasileiros. Em todo o Brasil, a crise econômica e o esfriamento do ambiente de negócios fez a taxa de ocupação média no País recuar 3,2% entre janeiro e março, na comparação com o mesmo período de 2014, e ficar em 59,03%, segundo dados do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb). 
Este mês de junho está bem diferente do junho do ano passado, comentam os empresários de Porto, quando as taxas de ocupação estavam baixas, mas praticou-se boas tarifas por causa da Copa do Mundo. A taxa de ocupação deste mês não chegou, por enquanto, nem a 50%. As operadoras, detalha Pellitteri, estão em busca de preços competitivos e “apertam” os hoteleiros. 
Os empreendedores, por sua vez, para manter qualidade e bom atendimento não podem deixar de investir num retrofit ou numa ampliação, por exemplo, por menor que seja, para manter a competitividade. O Vivá de Maroja, por exemplo, ganhará novos apartamentos. O Solar Porto de Galinhas está passando por reforma. 
O objetivo agora é trabalhar o destino em conjunto: hoteis, pousadas, bares, restaurantes, receptivos, Empetur, Sebrae, etc. e captar também novos mercados, como o Leste Europeu. O Porto CVB defende que há espaço para ocupar leitos não só na alta estação e entre agosto e novembro, época de maior aquecimento do turismo de eventos. A meta é conseguir captar ou apoiar ao menos cinco eventos neste ano, participar de dez feiras e treinamentos e receber no mínimo 30 press trip ou famtours, além de da comunicação, capacitação, controle e cooperação. 
O grupo defende junto à prefeitura de Ipojuca a construção de um centro de convenções. Há dez anos, o município chegou a captar recursos para esse fim junto ao Ministério do Turismo, mas nunca usou o dinheiro, que terminou sendo devolvido. Atualmente o Porto CVB conta com cerca de 50 associados, 30 deles mantenedores. O orçamento planejado para o ano é de R$ 900 mil, sendo R$ 400 mil de verba própria, oriunda dos mantenedores, e R$ 500 mil de parcerias e patrocínios.

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