TORCIDAS ORGANIZADAS
Náutico e Santa Cruz ainda não pensam em fechar cerco às organizadas
Sport foi o único clube a fazer valer determinação judicial de proibir uniformizadas no seu estádio
Mesmo sem usar a camisa amarela, torcedores do Sport identificados como membros da Torcida Jovem foram barrados na Ilha do Retiro
JC Imagem
Seguindo determinação do juiz da 5ª Vara da Fazenda Pública do Recife, Edvaldo Palmeira, o Sport foi o primeiro dos três grandes clubes do Estado a, de fato, impedir que membros de sua principal organizada, a Torcida Jovem, entrassem na Ilha do Retiro. No último domingo, a uniformizada não pôde acompanhar do estádio o confronto entre o rubro-negro e a Chapecoense, pela 28ª rodada do Brasileirão. Apesar de terem embasamento legal para fazer o mesmo, Náutico e Santa Cruz ainda não pensam em impedir o acesso de integrantes da Fanáutico e Inferno Coral a seus estádios.
Desde que a decisão de Edvaldo Palmeira foi proferida em 18 de março deste ano, com base em duas ações do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), as três organizadas frequentavam os estádios da Região Metropolitana do Recife substituindo as antigas camisas por outras com a palavra “Paz”. O problema é que esses torcedores estão proibidos de circular pelos estádios com qualquer objeto que os identifiquem, independente de os nomes de suas uniformizadas estarem explícitos ou não.
“Torcida organizada não se identifica apenas com camisa. A proibição existe independente de eles estarem usando roupas alusivas às suas uniformizadas. Até por um comportamento é possível apontar seus integrantes”, comentou o juiz Edvaldo Palmeira.
O Sport decidiu ser mais enérgico depois de ser apenado com a perda de um mando de campo por causa de uma confusão envolvendo membros da Jovem no estádio Couto Pereira, em partida entre o Leão e o Coritiba. O rubro-negro recorreu no pleno do STJD e teve o pedido deferido por liminar. “Cadastramos alguns membros dessa facção. Os impedidos de entrar na Ilha mesmo sem a camisa da Paz foi porque foram identificados”, contou o vice-presidente jurídico do Sport, Lêucio de Lemos Filho.
No Náutico, barrar a Fanáutico é algo que nem chegou a ser conversado. “Não significa que não possamos fazer, mas ainda não discutimos o assunto com o presidente Glauber Vasconcelos”, contou o vice-jurídico do Timbu, Gustavo Ventura.
O Santa Cruz, por sua vez, alega não ter encontrado meios para separar o mau torcedor do que quer contribuir com o clube. “Fomos penalizados no ano passado com a perda de diversos mandos de campo. Acredito que existam mecanismos, mas não podemos generalizar para não sermos injustos”, afirmou o vice-presidente de futebol tricolor, Constantino Júnior.
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