Golpe do minério rendeu U$ 10 milhões a estelionatário em negócios até nos EUA e Costa Rica
Ostentação de suspeito era usada para enganar empresários
Divulgação/PC
O Homem, procurado pela polícia e pelo Ministério Público de Alagoas, tinha a função de conquistar novas vítimas, oferecendo a venda do minério, que é utilizado na fabricação de vidro e componentes de celular e de produtos para instrumentos cirúrgicos. Pelo menos oito vítimas já representaram contra o grupo, que agia em diversos estados do Brasil e enganou empresas de países como Costa Rica e Estados Unidos. No golpe, os participantes não enviavam o produto, mesmo após adiantamento de pagamento, encaminhavam o minério com baixa qualidade ou mesmo de um tipo radiativo. O dinheiro era depositado numa conta na cidade de Miami (EUA).
“Como os golpes eram milionários, acreditamos que com a divulgação da prisão e do caso possam surgir novas vítimas”, destacou o delegado Mauro Cabral. Segundo o gestor do DPRF, o Amadeu negou participação nos crimes e disse que também foi envolvido nos golpes. Ele será encaminhado para Alagoas, onde o processo está em andamento. Segundo a PC, o líder da organização, o pernambucano Álvaro Vieira de Melo Cativo, foi preso em Alagoas em julho do ano passado. A quadrilha é acusada de estelionato, falsidade de documentos e exportação fraudulenta.
Vítimas
“Gabriela é uma estilista que mora em Milão e fazia vários investimentos no Brasil. Um amigo em comum apresentou Amadeu e a convenceu a investir R$400 mil numa sociedade na empresa de mineração. Depois de fazer o investimento, Amadeu simplesmente sumiu. Depois, quando reapareceu, apresentou o Álvaro, que iria dar retorno do investimento perdido. No momento em que estava firmando sociedade com Álvaro, em Maceió, ele foi pego em fragrante”, declarou a advogada Nandizia Barbosa, que representa dois clientes vítimas do grupo. De acordo com a defensora, nesse segundo momento, a estilista repassaria mais R$2 milhões.
Além do minério, a quadrilha também atuava em mais segmentos. Outro cliente de Nandizia Barbosa, Jeremias Apolinário Leite, entregou R$1 milhão por cotas na empresa de mineração, que funcionava de fachada na casa da mãe de Álvaro, no bairro de Areias, no Recife, e depois mais R$1,5 milhão na realização de um evento de música eletrônica King Festival, que ocorreu em 2013 na Capital pernambucana. “Após uma semana do evento, o Álvaro informou que não tinha dado lucro e que eles tinham perdido tudo que foi investido”, declarou a defensora.
Da empresa Coltan Internacional, da Costa Rica, os estelionatários arrecadaram U$2 milhões. Foram feitas quatro remessas do minério para a companhia, porém apenas o primeiro lote, de 300 kg, respeitava o parâmetro técnico e químico de qualidade. “Os últimos embarques, tudo feito pelo Aeroporto do Recife, tinham um alto teor de Urânio, o que torna o produto radiativo”, declarou a advogada da empresa, Adriana Falavigna. “Ele se apresentava como grande empresário do Recife e chegou a levar algumas pessoas da empresa de helicóptero e mostrar as minas num golpe altamente sofisticado”, reforçou.
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