CRIME AMBIENTAL
Pássaro de espécie em extinção é resgatado
Durante fiscalização na Mata Sul, CPRH apreendeu 32 aves silvestres que viviam em cativeiro
Claudia Parente
Pintor-verdadeiro é endêmico da Região Nordeste e figura na lista das espécies ameaçadas
CPRH/ Divulgação
A denúncia de uma serraria funcionando irregularmente em área de preservação permanente (APP) no município de Xexéu, Mata Sul do Estado, levou a Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH) a apreender 32 pássaros silvestres de 12 espécies. Entre eles, havia um pintor verdadeiro (Tangara fastuosa), espécie endêmica do Nordeste brasileiro que consta como ameaçada na lista do ICMBio (Ministério do Meio Ambiente).
Dos 32 pássaros, oito estavam na serraria e os demais foram resgatados em casas do distrito de Campos Frios. “Todos os pássaros, aparentemente, estavam em bom estado de saúde. Eles foram levados para o setor de fauna para reabilitação, se for necessário”, informou o chefe de fiscalização do setor florestal da CPRH, Thiago Lima. Depois de reabilitadas, as aves serão reintroduzidas na natureza.
Entre as espécies apreendidas havia galos-de-campina, sabiás-laranjeira e um papa-capim de coleira, também conhecido como coleirinho por apresentar um inconfundível colar branco e negro. Mas o destaque foi o pintor-verdadeiro, com sua bela plumagem roxo-violeta e alaranjado, com cabeça verde-amarelada metálica, no caso da fêmea, e azul clara metálica no macho.
Além dos pássaros, a equipe da PCRH também apreendeu seis toras de árvores nativas da mata atlântica, como sucupira e murici, extraídas ilegalmente. “A serraria funcionava sem licença ambiental, na margem do Rio Jacuípe. Portanto, numa área de preservação permanente onde não pode haver qualquer tipo de construção”, explica Thiago Lima. “Para completar, o proprietário ainda tinha uma criação de porcos no local e produzia carvão na beira do rio.”
O dono fugiu assim que percebeu a aproximação da equipe. Um funcionário também tentou escapar, mas foi pego pelos fiscais e autuado. “Ele responderá pelas infrações até que apresente os dados do proprietário”, esclareceu Thiago. O responsável pela serraria pode ser punido por crimes ambientais como manutenção de pocilga em área de APP, criação ilegal de pássaros silvestres, serraria funcionando sem licenciamento ambiental e uso ilegal de madeira.
Em uma área vizinha, os ficais também flagraram o desmatamento de quatro hectares de mata atlântica para plantio de macaxeira e abacaxi e produção de carvão.
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