JUSTIÇA
Três policiais militares acusados de matar adolescentes são condenados a 96 anos de cadeia
PMs foram condenados pela morte de uma das vítimas; ainda cabe recurso da defesa
Com informações da repórter Roberta Soares
Dezessete jovens foram levados até a Ponte Joaquim Cardoso, nos Coelhos, onde foram agredidos e obrigados a pular no Rio Capibaribe
Foto: Renato Spencer / Acervo JC Imagem
Atualizada às 17h15
Três policiais militares acusados da morte de dois adolescentes sob a acusação de torturar e obrigar 17 jovens a entrar no Rio Capibaribe foram condenados a 96 anos de prisão cada um. O crime aconteceu durante o Carnaval de 2006. O julgamento aconteceu na Primeira Vara do Tribunal do Júri, no Fórum Desembagador Rodolfo Aureliano, na Joana Bezerra, área central do Recife. Os PMs Aldenes Carneiro da Silva, José Marcondi Evangelista e Ulisses Francisco da Silva foram considerados culpados pelo júri popular e vão cumprir a pena na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá. O quarto policial acusado, Irandi Antônio da Silva, foi absolvido das acusações sob a justificativa de que estava dentro da viatura no momento do crime. A defesa anunciou que vai recorrer da sentença. Os suspeitos vão aguardar em liberdade até que se esgotem todos os recursos cabíveis.
Os policiais foram julgados pela morte de Diogo Rosendo Ferreira, à época com 15 anos, além da tentativa de homicídio de outros nove jovens. Os jovens foram levados até a Ponte Joaquim Cardoso, no bairro dos Coelhos, onde foram agredidos e obrigados a pular no Rio Capibaribe. Além de Diogo, Zinael de Souza da Silva, que tinha 17 anos, também morreu afogado.
O julgamento da morte de Zinael, além da acusação de outras tentativas de homicídio, serão julgadas em outra ocasião. Outros quatro policiais que estão envolvidos nos crimes serão julgados somente no próximo semestre.
Após a condenação, a mãe de Diogo disse que estará indo para casa com o coração em paz.
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