Bebê palestino é queimado vivo em ataque de colonos israelenses
Primeiro-ministro israelense ordenou que forças de segurança "prendam os assassinos e levem à justiça"
Um bebê palestino morreu queimado e seus pais e irmão estão em estado grave após colonos israelenses atearem fogo em sua casa na Cisjordânia ocupada, o que faz temer um novo ciclo de violência. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, denunciou um "ato de terrorismo" e ordenou que as forças de segurança "prendam os assassinos e os levem à justiça".
Esta classificação bastante incomum nestes casos e as condenações unânimes dos líderes israelenses, incluindo do premiê, não convenceram os palestinos, que responsabilizam o governo pela morte do bebê devido às "décadas de impunidade ante o terrorismo dos colonos".
Em um gesto pouco comum, Netanyahu telefonou para o presidente palestino, Mahmud Abbas, e expressou que ambos precisam lutar juntos contra o terrorismo, não importa de onde ele vier. "Todos em Israel estão comovidos por este ato terrorista condenável que atingiu a família Dawabcheh", afirmou Netanyahu, que visitou no hospital de Tel Aviv a família do menor morto.
Abbas, por sua vez, anunciou que o estado hebreu deverá responder por este novo "crime de guerra" perante o Tribunal Penal Internacional (TPI), enquanto milhares de manifestantes reclamavam "vingança" na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, onde um palestino foi morto e um outro foi ferido pela polícia israelense.
Segundo Achraf al-Qodra, chefe dos serviços de emergência palestinos, Mohammad Al-Masri, de 27 anos, não resistiu aos ferimentos após ser atingido por tiros em Beit Lahiya, enquanto o outro palestino não corre risco de vida.
Sobre um evento separado, um porta-voz do exército israelense indicou à AFP que "dois suspeitos se aproximaram da barreira de segurança" que separa Gaza de Israel e que um deles foi "visado nas pernas".
Segundo responsáveis de segurança israelenses e palestinos, na madrugada desta sexta-feira (31) colonos lançaram coquetéis molotov contra duas casas de Duma, perto de Nablus, no norte da Cisjordânia, através das janelas, que estavam abertas devido às altas temperaturas.
Antes de fugir, picharam uma estrela de David nos muros e escreveram "o preço a pagar" e "vingança", dois dias após a demolição pelas forças israelenses de duas casas em obras em um assentamento próximo a Ramallah.
Centenas de palestinos começaram a protestar em Ramallah, na Cisjordânia, e em Gaza na saída das mesquitas. Milhares de pessoas marcharam pela aldeia de Duma durante o funeral do bebê Ali Dawabcheh, de um ano e meio. Uma bandeira palestina envolvia seu corpo.
O bebê foi queimado vivo. Sua mãe Eham, de 26 anos, seu pai Saad e seu irmão Ahmed, de quatro anos, ficaram feridos e foram transportados a um hospital israelense. Uma menina também sofreu lesões, segundo várias fontes, e foi internada.
A mãe, com queimaduras de terceiro grau em 90% de seu corpo, o pai, em 80% do corpo, e Ahmed, em 60%, correm risco de vida, segundo os médicos israelenses.
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