sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Drogas, sexo e funk em escola de Paulista

Alunos denunciam que festinha para celebrar as férias passou dos limites com conivência do diretor

14/08/2015  - Renata Coutinho, da Folha de Pernambuco
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Drogas, sexo e funk. Esses teriam sido os ingredientes de uma festinha para comemorar a chegada das férias na Escola de Referência Padre Osmar Novais (Epon), que fica em Paratibe, Paulista, em 17 de julho passado. O colégio atende cerca de 600 estudantes de Ensino Médio. A denúncia sobre o evento onde tudo era liberado partiu de um grupo de estudantes da escola e foi confirmada pela vizinhança. A festa teria sido organizada por seis alunos do Epon. O ingresso para o “baile” custou R$ 3 para alunos e R$ 5 para visitantes. Discutida e estimulada com afinco nas redes sociais Facebook e WhatsApp, a “Epon Party IV” acabou sendo encerrada com a chegada da polícia depois que uma estudante foi furtada no meio do salão. Segundo os denunciantes, a direção da escola sabia da festa e nada fez para inibir drogas e sexo em suas dependências.
“Rolou de tudo. Loló, maconha e braite (cocaína)”, contou um dos estudantes. Uma das condições sugeridas no grupo da festa no Facebook foi justamente essa: uma balada “legalizada”. Imagens gravadas na escola mostram consumo de drogas. Em uma das cenas, garotos cheiram loló em latas de refrigerante. Em outro canto, estudantes da escola mostram os baseados que iriam consumir no auditório.
Peu Ricardo/Folha de Pernambuco
Instituição de ensino tem 600 alunos do Ensino Médio
Os vídeos foram entregues à Folha de Pernambuco e, de acordo com os denunciantes, foram gravados por participantes do baile e compartilhados no grupo. As imagens também mostram preservativos espalhados pelo chão e cenas de “pegação” na pista de dança. Nas mensagens trocadas muitos comentavam que a festa ia dar o que falar e que algumas pessoas tentavam “minar” o evento.
Outra mensagem comentava que uma certa aluna “não vai perdoar nem o diretor”, sobre a pegação da festa. De acordo com os denunciantes, foram eles que acionaram a polícia naquela noite. O grupo, dias depois, apresentou queixa na Gerência Geral de Educação Integral da Secretaria Estadual de Educação (Seduc). Na reclamação - protocolo número 2001546113 -, a gerência prometeu averiguar os fatos e analisar relatórios de monitoramento da escola, mas até agora nada teria sido feito. Vizinhos da escola confirmaram a festa e a bagunça no dia 17. Narraram que é comum o consumo de drogas no terreno ao lado e na parte de trás da escola.
O diretor da escola, Edson Edsão, negou a versão dos alunos. Segundo ele, a festa foi uma confraternização pedagógica e contou apenas com a presença dos estudantes da unidade. “Não houve venda de ingresso, nem de bebida”, atestou. O uso de drogas também foi negado. A assessoria de comunicação da Seduc, em nota, reafirmou as informações da direção. De acordo com a pasta, no dia 17 de julho, último dia de aula do semestre, alunos e professores promoveram uma festa de confraternização na escola. Como a unidade é de fácil acesso à comunidade, argumentou a assessoria, algumas pessoas pularam o muro e invadiram o local portando bebidas alcoólicas, o que levou o gestor da escola a encerrar as comemorações. Porém, o encerramento não foi amigável. Um boletim de ocorrência chegou a ser registrado. Por fim, a secretaria disse que todas as denúncias estão sendo apuradas para serem tomadas as providências necessárias.

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