Entenda como é feito o cálculo da nota das provas objetivas do Enem
Na Teoria de Resposta ao Item, nota vê além do simples nº de acertos.
Metodologia usada na prova também consegue prever se aluno 'chutou'.
As provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que vão acontecer nos dias 8 e 9 de novembro, têm um total de 180 questões objetivas e uma redação. A metodologia das perguntas de múltipla escolha, porém, é diferente da maioria dos vestibulares tradicionais. Por isso, a nota dos candidatos não é calculada apenas a partir do número de questões acertadas.
Chamada de Teoria de Resposta ao Item, ou TRI, a metodologia confunde muitos candidatos acostumados com outros vestibulares, mas é considerada pelos especialistas como a forma mais adequada de avaliar um grande número de estudantes. É o caso do Enem, que neste ano tem 8,7 milhões de candidatos.
No Enem, cada estudante tem cinco notas: uma para cada prova objetiva e uma para a prova da redação. As provas objetivas são as de ciências da natureza, ciências humanas, matemática e linguagens e códigos.
Uma das principais dúvidas sobre a TRI é o fato de que é impossível o aluno tirar nota 1.000 na prova de múltipla escolha (na redação, isso é possível). Por meio dessa metodologia, mesmo que o aluno acerte todas as 45 questões de cada prova, sua nota nunca será 1.000. Da mesma forma, um candidato que erre todas as questões não acaba com a nota zero (ou, no caso do Enem, a pontuação mínima, que é 200 pontos).
Isso acontece porque o exame dá pontos aos candidatos de acordo com uma escala. Ou seja, a nota do candidato não se trata diretamente do seu desempenho individual, mas de como ele se saiu dentro do conjunto dos demais candidatos. Por exemplo, quanto mais próximo da nota máxima, mais certeza é possível ter de que o estudante domina os conhecimentos exigidos na prova.
A TRI no Enem 2013
Veja qual foi a nota mínima e a nota máxima possíveis nas 4 provas objetivas do exame do ano passado
Fonte: MEC/Inep
'Chutar ou não chutar'
Como o cálculo da nota de um aluno no exame não depende só de seus acertos, os candidatos do Enem reclamam que é impossível calcular sua própria nota comparando as respostas com o gabarito oficial e, quando chega o resultado, criticam o fato de colegas com números semelhantes de acertos terem recebido uma pontuação diferente.
Como o cálculo da nota de um aluno no exame não depende só de seus acertos, os candidatos do Enem reclamam que é impossível calcular sua própria nota comparando as respostas com o gabarito oficial e, quando chega o resultado, criticam o fato de colegas com números semelhantes de acertos terem recebido uma pontuação diferente.
O motivo desse fato, segundo especialistas, é que, ao observar diversos aspectos do desempenho dos candidatos, além de apenas o número de acertos, a TRI também consegue prever se um estudante acertou uma questão por acaso, ou seja, se ele "chutou", ao comparar essa resposta com as que ele deu para outras questões.
Por isso, dois estudantes que acertem a mesma questão podem não receber a mesma pontuação por ela –se a questão é considerada difícil, e só um dos alunos acertou outras questões com o mesmo nível de dificuldade, esse aluno receberá mais pontos pelo acerto da questão específica.
Mas, mesmo que o aluno não tenha certeza da resposta, os professores afirmam que a melhor opção é chutar uma alterativa, porque, se a resposta for correta, a pontuação poderá ser pequena, mas será maior do que zero.
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