sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Lançamento »Sorriso Maroto antecipa repertório do novo DVD e não descarta gravar no RecifeGrupo carioca lança disco "Riscos e certezas" com seis faixas antecipando novo trabalho. Confira entrevista com Sérgio Jr

Marina Simões - Diario de Pernambuco
Publicação: 01/11/2013 


O grupo carioca Sorriso Maroto, já famoso pelo romantismo das músicas, lança disco de apenas seis faixas.Sorrisos e certezas, preza pelo pagode lento, com canções dançantes, mas em linha diferente do anterior,Sorriso Maroto - 15 anos, em comemoração ao aniversário da banda, com sucessos e músicas mais dançantes, como o hit Assim você mata o papai.

Em entrevista exclusiva para o Viver, Sérgio Jr. (violão) que também divide os vocais com Bruno Cardoso, fala  sobre o momento que o grupo está vivendo, os novos caminhos que pretendem percorrer e da relação próxima que a banda mantém com o Recife. O grupo não descarta a possibilidade de gravar outro DVD na cidade, que foi palco do DVD Ao vivo no Recife, em 2010. 

O novo disco Riscos e certezas foi gravado no estúdio norte-americano Avatar, já utilizado por John Lennon, Rolling Stones, Chic, Madonna e Ramones. A parte percussiva foi registrada no Brasil. 

Todas as faixas são dedicadas a um interlocutor feminino, nem sempre pacíficas. "Vive me enganando e se faz de inocente/ Para de querer mentir pra mentiroso/ Quando me encontra com outra na rua/ Eu falo a verdade", canta o quinteto, em Tá bom, aham. 
A dupla sertaneja Jorge e Matheus deu uma forcinha no romantismo, com participação na faixa Guerra fria. É a primeira parceria com a dupla, que o Sorriso conheceu em camarins ao redor do Brasil.

Outra participação de destaque é a do vocalista, multi-instrumentista e compositor norte-americano Brian Mcknight, um dos maiores ídolos de Bruno Cardoso, segundo o próprio. Mcknight é referência do R&B do final dos anos 1990. 



Entrevista >> Sérgio Jr. 


Vocês gravaram o DVD Ao Vivo no Recife, em 2010. Porque a escolha da cidade? Teriam planos de voltar a gravar na capital pernambucana?Recife faz parte da nossa história. A gravação do DVD ao Vivo no Recife foi um momento fantástico na nossa vida. Na época fomos visitar o Marco Zero, e quando chegamos lá, cara, sentimos uma energia fantástica. Que lugar é aquele? Muito lindo. Aí pintamos e bordamos. O carinho do público é fora do comum.  Recife é f***. (risos) Lógico que gostaríamos de gravar novamente. O Rio de Janeiro é a nossa casa, mas a possibilidade de gravar no Recife não está morta. 

O nome do disco Risco e certezas é sugestivo. Quais são os riscos e as certezas do grupo?

Com certeza. E isso não se só restringe ao disco, nossa vida é rodeada por riscos e certezas. Esse projeto tem essa característica, foram riscos que escolhemos correr. A primeira ousadia foi colocar um americano como Brian Mcknight para cantar samba na canção Mais Fácil (Easier). Nos propomos a isso. Parecia um risco absurdo, quando pensamos, e se tornou uma certeza depois de pronto. 

Como foi a experiência de ir para os Estados Unidos gravar em estúdio renomado?

Fomos para Nova York porque queríamos introduzir no disco sons comuns da música mundial. O baixo, guitarra, bateria, por exemplo, foram gravados lá. Ao mesmo tempo, aproveitamos para dar um toque especial com instrumentos não tão comuns ao samba como o piano de calda e as cordas. Tivemos um apoio e estrutura grande. Os microfones espalhados na sala inteira permitiam captar o som real de cada instrumento. O resultado ficou maravilhoso. Estamos muito felizes.

O disco vem com seis faixas, poque optaram por esse formato?

Na verdade, é uma antecipação do DVD que vamos gravar no próximo ano. Foi uma sugestão da gravadora e aceitamos logo de cara. Decidimos lançar para os fãs irem se familiarizando com as letras. Antes de gravar um novo trabalho costumavamos fazer divulgação prévia das músicas nas redes sociais, para chegar no dia com o público sabendo as letras. Esse é o nosso segredo. 

Qual foi o maior desafio na hora de preparar o novo trabalho?Sorriso Maroto - 15 anos encerrou um ciclo de muitas conquistas. Iniciamos uma nova fase e o disco Riscos e certezas reflete esse momento. O DVD foi um projeto grandioso, tentamos resumir vários momentos da carreira. Depois que passou a euforia pensamos: 'Caramba, como faz para superar o que passou?'. Nesse EP resolvemos nos presentear com aquilo que apostamos. Não é estratégia para lançar carreira internacional como estão dizendo por aí. É a realização de um sonho mesmo. 

Vocês tem fãs de todas as gerações e no Brasil todo. Qual o segredo do sucesso?Se soubesse passava a fórmula para tudo mundo e ficava rico. (risos) Acredito que a maneira que o Sorriso trabalha contribui para esse reconhecimento. Nós cinco nos respeitamos muito e colocamos a banda em primeiro lugar. Temos fãs que vai de zero a não sei que idade. Trabalhamos com gente que nos passa confiança e tentamos fazer um material com a maior qualidade possível. Não gravamos de acordo com o mercado, cantamos o que nos identifica. Fazemos a trinha sonora da nossa própria vida e vamos levando desse jeito. 

Como surgiu a parceria com a dupla Jorge e Mateus na faixa Guerra Fria? Você acha que o sertajeno está roubando o lugar do pagode?A participação de Jorge & Matheus era uma vontade antiga, que não foi possível antes por falta de compatibilidade das agendas. Temos uma amizade verdadeira com a dupla. Gostamos da energia que eles transmitem. Na canção exageramos no romantismo, destacado com voz, violão e cordas. A música emociona.
Não acho que o sertanejo esteja "roubando" espaço, isso é muito forte. É um ritmo que consegue ser travestido de várias formas. Tem sertanejo romântico, arrocha, vanerão, axé, e todas elas tem seu espaço. O dá possibilidades para o ritmo. Isso chegou agora e é uma novidade muito grande. O que deixa o estilo em evidência e dividindo o espaço com outros tipos de música. Quero deixar claro que acho a versatilidade do sertanejo uma coisa boa. Essa mistura é muito comum, e pode ser vista nas nossas playlists. As pessoas curtem tudo hoje em dia e passeiam por vários gêneros.

A canção Fofinha delícia, está na trilha da novela Amor à vida. Essa não é a primeira vez que vocês emplacam um hit no horário nobre. O que acham disso?A primeira foi Assim mata papai em Avenida Brasil, depois Parapapá com Michel Teló, em Salve Jorge.Fofinha delícia já chegou pronta pra gente, foi um pedido da produção da novela. É uma honra fazer a música tema da Fabiana Carla, que é um amor de pessoa. Recentemente fizemos um show no City Bank Hall, no Rio de Janeiro, e a Fabiana subiu no palco e dançou com a gente. Quando tocamos essa música é "um barato". É a revanche das gordinhas. Elas se juntam e dançam na frente do palco causando o maior frisson.Assim mata Papai tem um peso enorme para nossa carreira. Falamos que foi o presente de 15 anos. Com o sucesso dessa música nos demos conta que ainda tinha um mundo para descobrir e que não sabíamos. A novela nos fez romper barreiras. Damos o crédito à novela, Avenida Brasil, ao autor, João Emanuel Carneiro e aos atores Marcos Caruso e Débora Nascimento ( Leleco e Tessália).

O grupo esteve em turnê internacional. Como foi essa experiência? Tem vontade em grava em outro idioma?A turnê nos Estados Unidos foi curta. Em julho fizemos shows em Boston e Nova York para colônias brasileiras. Na Europa estamos com um trabalho mais consistente. O disco também foi lançado simultaneamente em alguns países. O maior sucesso é em Portugal, porque a novela Avenida Brasil está sendo exibida. Por enquanto não temos pretensão de gravar em outro idioma, vamos continuar em português "alá" Michel Teló.

Qual o momento mais marcante para o grupo nesses 15 anos de carreira? Foram muitos momentos. Mas esse está sendo muito intenso para todos nós do Sorriso. Os riscos foram se transformando em certeza com uma rapidez absurda. É um momento especial, de renovação e maturidade para o grupo.

E o que esperam do futuro?
Essa pergunta é difícil. Mas quando olho para frente vejo uma estrada enorme, que não sei onde acaba. Queremoso ir, caminhando, sem saber onde vamos chegar. Vamos nos aventurar, aproveitar o prazer da caminhada. Fazer o que nos emociona e mostrar isso para as pessoas.
diario pe

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