Recife »Máfia dos cemitérios: advogado pagava em vão por túmuloOssos da avó dele já haviam sido retirados sem seu conhecimento para dar lugar a outros restos
Publicação: 20/11/2013
Túmulo onde a avó de Zolmanaro Calixto estava sepultada há oito anos, no Cemitério de Santo Amaro, estava ocupado por outro corpo. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press |
“Descobrimos que fomos lesados há pelo menos um ano, pois pagávamos o aluguel, mas outro morto estava na catacumba da minha avó, que teve os ossos levados para outra vala. Estamos lutando para tê-los de volta”, disse o advogado, que está juntando documentos para dar início ao processo na Justiça contra a irmandade e a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb), que administra os cemitérios do Recife. Ele prestou depoimento na segunda-feira na Delegacia da Boa Vista, responsável por apurar as denúncias de venda ilegal de túmulos em Santo Amaro. Entre os envolvidos estariam padres, integrantes das irmandades e funcionários de funerárias. Recentemente, o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, também foi ouvido pela polícia na
condição de testemunha.
O frei Luís de França Fernandes, administrador da Paróquia Nossa Senhora da Penha, no bairro de São José, prestou depoimento ontem. Por telefone, disse ao Diario que não estava autorizado a falar, já que a Arquidiocese de Olinda e Recife decretou intervenção nas irmandades. “Não tenho conhecimento sobre isso”, respondeu.“O delegado também me perguntou, mas não sei dizer.” O delegado Adelson Barbosa confirmou a suspeita de estelionato. A assessoria da Emlurb informou que aguardará a conclusão das investigações para tomar as medidas necessárias e se pronunciar oficialmente.
fonte diario pe
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