Ato público marca três meses de desaparecimento de jovem no Curado IV
Adolescente de 15 anos foi vista pela família pela última vez no dia 25 de janeiro
Jedson Nobre/Folha de Pernambuco
Os três meses de desaparecimento de Beatriz Vital, de 15 anos, foram relembrados na manhã desta sexta-feira (25) em um ato público em frente à Associação de Moradores do Curado IV, bairro de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR). A jovem foi vista pela família pela última vez no dia 25 de janeiro, quando viajou com o namorado conhecido por "Jonatas", de 29 anos, para a praia de Gaibu, no Cabo de Santo Agostinho, também na RMR. Com Jonatas, a jovem tem uma filha de nove meses. Atualmente, a criança vive com a mãe de Beatriz.
A mãe da adolescente, Maria Celma Vital, de 52 anos, lamenta a falta que sente da filha. "São três meses sem ver Beatriz, choro todos os dias com saudades dela. O namorado dela, Jonatas, disse que deixou minha filha na entrada do bairro, mas ela nunca foi vista por moradores daqui. Eu só a quero de volta, viva ou morta”, apela dona Maria Celma.
A mulher comenta também como foram os dias logo após a viagem de Beatriz. "Jonatas voltou dias depois, sozinho, para pegar o biquíni dela. Perguntei onde ela estava e ele disse que estava na praia esperando pelas peças de roupa. Depois daquele dia, não tivemos mais notícias”, revelou Celma.
No ato, os cerca de 40 familiares e amigos da jovem seguravam cartazes e gritavam palavras de ordem. Os presentes caminharam até a entrada da Delegacia de Polícia do Curado IV proferindo frases como "queremos justiça" e "onde está Beatriz". Representantes dos Conselhos Municipais de Direitos Humanos, da Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, e dos Direitos da Mulher também estavam na ocasião.
O caso é investigado pela 2ª Delegacia de Polícia de Crimes Contra Criança e Adolescente e Atos Infracionais de Jaboatão dos Guararapes (DPCCAI). O delegado encarregado pela ocorrência, Carlos Barbosa, diz que trabalha, a princípio, com a hipótese de desaparecimento. "Não há provas nem testemunhas que incriminam Jonatas, principal suspeito. Mas não descartamos a possibilidade de envolvimento dele, nem de um possível homicídio. Aguardamos a Justiça liberar documentos para que continuemos as investigações", destaca. O delegado não quis repassar maiores detalhes sobre que documentos seriam esses alegando a preservação da investigação.
De acordo com o delegado, Jonatas já foi convocado para prestar depoimento como parte das investigações sobre o desaparecimento da garota. No entanto, segundo Carlos Barbosa, ele não foi detido por falta de provas que o incriminasse. Hoje, Jonatas continua solto e morando no Curado. Segundo informações, não há mandado de prisão expedido contra o rapaz. Ainda de acordo com o delegado, o namorado de Beatriz tem uma passagem pela polícia por falsificação e venda ilegal de DVDs. Ele foi autuado por violação de direitos autorias, mas pagou fiança e foi liberado.
Investigações da polícia dão conta que o casal matinha um relacionamento desde que a garota tinha 11 anos, fato que desagradava os familiares de Beatriz. Além de Jonatas, familiares e amigos de escola da menina foram ouvidos pela polícia. A apuração do caso continua.
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