sexta-feira, 25 de abril de 2014

Ato público marca três meses de desaparecimento de jovem no Curado IV

Adolescente de 15 anos foi vista pela família pela última vez no dia 25 de janeiro

 - Danilo Aguiar, do FolhaPE

Jedson Nobre/Folha de Pernambuco
Cerca de 40 pessoas realizaram protesto em frente à Delegacia de Polícia do Curado IV


Os três meses de desaparecimento de Beatriz Vital, de 15 anos, foram relembrados na manhã desta sexta-feira (25) em um ato público em frente à Associação de Moradores do Curado IV, bairro de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR). A jovem foi vista pela família pela última vez no dia 25 de janeiro, quando viajou com o namorado conhecido por "Jonatas", de 29 anos, para a praia de Gaibu, no Cabo de Santo Agostinho, também na RMR. Com Jonatas, a jovem tem uma filha de nove meses. Atualmente, a criança vive com a mãe de Beatriz. 
A mãe da adolescente, Maria Celma Vital, de 52 anos, lamenta a falta que sente da filha. "São três meses sem ver Beatriz, choro todos os dias com saudades dela. O namorado dela, Jonatas, disse que deixou minha filha na entrada do bairro, mas ela nunca foi vista por moradores daqui. Eu só a quero de volta, viva ou morta”, apela dona Maria Celma.
A mulher comenta também como foram os dias logo após a viagem de Beatriz. "Jonatas voltou dias depois, sozinho, para pegar o biquíni dela. Perguntei onde ela estava e ele disse que estava na praia esperando pelas peças de roupa. Depois daquele dia, não tivemos mais notícias”, revelou Celma.
No ato, os cerca de 40 familiares e amigos da jovem seguravam cartazes e gritavam palavras de ordem. Os presentes caminharam até a entrada da Delegacia de Polícia do Curado IV proferindo frases como "queremos justiça" e "onde está Beatriz". Representantes dos Conselhos Municipais de Direitos Humanos, da Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, e dos Direitos da Mulher também estavam na ocasião.

O caso é investigado pela 2ª Delegacia de Polícia de Crimes Contra Criança e Adolescente e Atos Infracionais de Jaboatão dos Guararapes (DPCCAI). O delegado encarregado pela ocorrência, Carlos Barbosa, diz que trabalha, a princípio, com a hipótese de desaparecimento. "Não há provas nem testemunhas que incriminam Jonatas, principal suspeito. Mas não descartamos a possibilidade de envolvimento dele, nem de um possível homicídio. Aguardamos a Justiça liberar documentos para que continuemos as investigações", destaca. O delegado não quis repassar maiores detalhes sobre que documentos seriam esses alegando a preservação da investigação.
De acordo com o delegado, Jonatas já foi convocado para prestar depoimento como parte das investigações sobre o desaparecimento da garota. No entanto, segundo Carlos Barbosa, ele não foi detido por falta de provas que o incriminasse. Hoje, Jonatas continua solto e morando no Curado. Segundo informações, não há mandado de prisão expedido contra o rapaz. Ainda de acordo com o delegado, o namorado de Beatriz tem uma passagem pela polícia por falsificação e venda ilegal de DVDs. Ele foi autuado por violação de direitos autorias, mas pagou fiança e foi liberado. 
Investigações da polícia dão conta que o casal matinha um relacionamento desde que a garota tinha 11 anos, fato que desagradava os familiares de Beatriz. Além de Jonatas, familiares e amigos de escola da menina foram ouvidos pela polícia. A apuração do caso continua.

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