quarta-feira, 23 de abril de 2014

A 50 DIAS DA COPA

São José entregue às baratas

Veja na série sobre problemas urbanos em áreas de visitação turística do Recife as dificuldades enfrentadas por pedestres no bairro, em pleno centro histórico da cidade.

Publicado em 23/04/2014, 



Cleide Alves

Estátua do poeta Solano Trindade infestada por insetos / Bobby Fabisak/JC Imagem

Estátua do poeta Solano Trindade infestada por insetos

Bobby Fabisak/JC Imagem

A chuva desta terça-feira 22 de abril serviu de termômetro para testar a drenagem do bairro de São José, no Centro do Recife, a 50 dias do início da Copa do Mundo no Brasil. Pontos de visitação turística, como o Pátio do Terço e a Rua das Águas Verdes, ficaram alagados. Com as galerias de águas pluviais cheias, baratas saíram dos bueiros e se refugiaram na escultura do poeta Solano Trindade (1908-1974), localizada no Pátio de São Pedro.
“É um lugar entregue às baratas mesmo”, brincou o comerciante Valdir Pereira, que trabalha no pátio e borrifou inseticida na estátua, para matar os bichos. Segundo ele, a cena é frequente, nos dias de chuva. “Quando a galeria enche, elas saem à procura de um lugar seco. Já pensou no susto que a pessoa vai levar se encostar na escultura para tirar uma foto e tocar numa barata?”, comenta.

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Comerciantes do entorno do Pátio de São Pedro queixam-se da falta de atrativos para visitantes, nos fins de semana. Aos domingos, por exemplo, os museus ficam fechados. Embora o local não esteja às escuras, faltam luminárias em todos os postes antigos. “É feio para a cidade”, observam. O conjunto formado pela Igreja de São Pedro dos Clérigos, o pátio e o casario é tombado como patrimônio nacional desde 1978.
Saindo do Pátio de São Pedro, o visitante pode caminhar pela Rua das Águas Verdes e chegar ao Pátio do Terço, onde é realizada a Noite dos Tambores Silenciosos, no Carnaval. Mas é uma aventura. As calçadas estreitas da via são ocupadas pelos comerciantes, que usam o passeio público como depósito de caixas de isopor, carroças de espetinho, fogareiro, manequins de roupa.
Nos dias chuva, como ontem, caminhar pela Rua das Águas Verdes é impraticável: além das calçadas obstruídas, a via fica alagada. “Agora está até melhor, porque é só água de chuva. Uns tempos atrás, era tudo misturado com esgoto”, diz a comerciária Márcia Silva. A drenagem da rua, acrescenta, apresenta problemas. “A chuva para, mas a água não desce”, destaca Márcia Silva.

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