quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

RESSOCIALIZAÇÃO

Paulo Câmara promete ações emergenciais nos presídios do Estado

Durante visita a Goiana, o socialista afirmou que as medidas serão anunciadas dentro das próximas 48 horas

Publicado em 08/01/2015, às 11h20


Do JC Online

 / Foto: Franco Benites/ Especial para o JC

Foto: Franco Benites/ Especial para o JC

Durante visita a Goiana, Zona da Mata de Pernambuco, realizada na manhã desta quinta-feira (8), o governador Paulo Câmara disse que, dentro das próximas 48 horas, o Estado vai anunciar ações emergências a respeito da crise no sistema carcerário. O socialista reconheceu que a pasta da ressocialização não avançou da mesma forma que as outras áreas, e admitiu que o sistema prisional era um desafio previsto desde a campanha eleitoral.

Paulo Câmara enfatizou que a situação carcerária é um dos pontos prioritários da nova gestão. "Foi criada uma Secretaria de Justiça e Direitos Humanos e se colocou a questão da ressocialização dentro dela para se priorizar isso. Estamos vendo um conjunto de ações emergenciais e devemos anunciá-lo nas próximas 48 horas para melhorar o sistema", explicou. 
Após denúncias sobre as condições no Complexo do Curado, maior unidade penitenciária de Pernambuco, foi realizada uma operação na unidade, onde foram encontradas dezenas de armas, celulares e drogas. A questão terminou com a renúncia do então secretário executivo de Ressocialização, Humberto Inojosa, que pediu exoneração do cargo na última quarta-feira (7). Segundo Inojosa, o afastamento do cargo já era algo programado e não tem relação com as denúncias. Ele tinha firmado um compromisso de três meses com o ex-governador de Pernambuco, João Lyra Neto, além de ter viagem marcada para este período e outros compromissos profissionais.
Com a renúncia de Humberto Inojosa, o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, nomeou o coronel da Polícia Militar Eden Vespaziano como novo secretário de Ressocialização do Estado. O oficial terá o desafio de reconstituir o sistema prisional do Estado, que apresenta sérias irregularidades em questões como superlotamento e déficit de agentes penitenciários, e recuperar a confiança da população na competência da secretaria.
No Complexo Prisional do Curado, unidade que desencadeou as últimas ocorrências, atualmente, há pouco mais de 6 mil presos num local com capacidade para 1,3 mil. A situação do complexo foi denunciada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que pediu a interdição parcial do local, alegando falta de condições de abrigar detentos. Imagens registradas por um agente penitenciário que não quis se identificar mostram o momento em que três homens lançam objetos dentro do presídio. Esta seria uma das formas como os detentos recebem drogas e celulares dentro do complexo.
De outubro até o presente momento, foram registrados dois casos de morte no complexo. Em dezembro, uma rebelião em um dos presídios do Curado terminou com 12 presos feridos. A confusão teve início graças a uma tentativa de fuga que foi frustrada pelos agentes penitenciários.

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