sábado, 11 de julho de 2015

Fios que desafiam pedestres em ruas e calçadas mas Celpe culpa telefonia


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A Companhia Energética de Pernambuco afirma que está preparando um dossiê para entregar à Secretaria de Justiça de Pernambuco, na próxima semana. No documento, pretende incluir evidências  de gambiarras feitas por 27 empresas de TV a cabo e telefonia, que compartilham postes com a Celpe. Enquanto a culpa pelo emaranhado de fios nas ruas não se define, quem sofre é o pedestre. E não é de hoje. De acordo com a Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade, foram registradas 51 mortes por choque elétrico em Pernambuco, em 2014. Estado só perde para a Bahia. Recentemente duas pessoas morreram eletrocutadas em ruas da Capital. E ninguém está livre do risco.  Até porque qualquer um que tem o hábito de caminhar pelas ruas do Recife se depara com fios no asfalto, nas calçadas, enrolados em árvores, em postes, e até mesmo em hastes metálicas. Na Zona Norte, por exemplo, dá até medo andar. Na sexta-feira, havia fios batendo na cabeça das pessoas, em frente à sede da Universidade Federal Rural de Pernambuco, próximo à parada de ônibus e a lanchonetes frequentadas por estudantes. Alguns  estavam até amarrados às grades de ferro dos muros da instituição. Nesse tempo de chuva, dá prá se imaginar o tamanho do perigo.
Em frente a outros prédios da UFRPE, como no  do curso de veterinária, que fica na Rua Dom Manoel de Medeiros, havia fios no asfalto e nas calçadas. E eram muitos. Já na Avenida Dezessete de Agosto, entre a Praça de Casa Forte e a Rua Virgínia Loreto, somavam dez as ocorrências do gênero. Tudo fora do lugar. Alguns separados por poucos metros de distância, como os que estavam caídos nas esquinas da mesma via com as ruas do Chacon e a Jacó Velosino. Nesta, alguém enrolou um dos fios em uma  haste metálica, no estacionamento de uma farmácia. Fio caído havia até na parada de ônibus, próximo ao número 1.176 da Dezessete, onde um poste está há uma semana com a base detonada, colocando em perigo a vida das pessoas, com um risco duplo: o de desabar sobre alguém, arrastando a rede elétrica e, em consequência, impondo descarga.  Para chegar à parada de ônibus, os passageiros precisavam, na sexta, andar nas pontas dos pés, porque havia muitos fios caídos ao lado do ponto. E eram de diversos tipos. Nem todas as pessoas sabem distinguir o que é de alta ou baixa tensão. E o risco de choque sempe existe.
Alguns leitores acham que iniciativa da Celpe, em preparar o relatório sobre “gambiarras” é jogo de cena. Foi o caso do engenheiro civil Rogério Beltrão, que fez um desabafo ao JC. “Muito interessante, a Celpe querer adotar medidas contra gambiarras instaladas no Recife. Toda barraca clandestina, sem licença da Prefeitura e que ocupa espaços públicos, tem um medidor da Celpe. Isso é ou não é gambiarra ?”, indaga ele. Cita como exemplos barracas instaladas nas calçadas do Hospital das Clínicas e do Centro de Artes da UFPE.  Na sexta, a Celpe esteve na Praça de Casa Forte para “ordenamento” de fios, e verificar instalações clandestinas, segundo a Assessoria de Imprensa da empresa.  Conforme leitor Bertrando Bernardinho, que mora na Praça, veículos da Celpe e operadoras “amarravam cabos de telefonia”. Para ele, “a ação foi inusitada, pelo aparato de veículos, para serviço de mínima complexidade”. Ele já havia enviado várias cartas à Celpe e à Prefeitura, denunciando “imoral bagunça de postes em Recife e, em especial, na Praça de Casa Forte”. Acusa “emaranhado de cabos de telefonia e eletricidade, que vão de postes até calçadas”. Segundo a Celpe, fios que são encontrados nas ruas, caídos, normalmente são de telefonia. “Porque se fosse da Celpe estaria faltando luz em algum lugar”.

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