terça-feira, 21 de julho de 2015

Dois detentos morrem em incêndio no Complexo Prisional do Curado

Causa ainda não foi identificada, mas rixa entre presos pode ter motivado crime


Leo Motta/Folha de Pernambuco
Fogo teria atingido uma das celas do pavilhão A do Pamfa
Dois detentos do Presídio Aspirante Marcelo Francisco de Araújo (Pamfa), no Complexo Prisional do Curado, morreram em um incêndio na madrugada desta terça-feira (21). O fogo teria atingido dez celas de uma das alas do pavilhão A, por volta da 1h, onde as vítimas estavam detidas.
De acordo com Antônio Neto, perito criminal do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Francisco Reginaldo da Silva, de 36 anos, e Manuel Alexandre Ludugero, de 33 anos, foram encontrados em celas diferentes e dentro de caixas d’água, utilizadas para o banho pelos detentos. Para a Polícia, os homens acreditavam que dentro dos recipientes estariam salvos das chamas, mas os espaços estavam vazios. Os corpos não apresentavam nenhum sinal de violência, por isso a Polícia acredita que as vítimas tenham morrido asfixiadas, devido à inalação de fumaça. No entanto, a causa das mortes deverá ser confirmada pelo Instituto de Criminalística (IC). 
Segundo a perícia do DHPP não foi constatado nenhum sinal de desabamento de paredes. Foram destruídos pelo fogo colchões, lençóis, objetos dos detentos e pedaços de madeira utilizados como divisórias dentro das celas. 
Ainda não se sabe o que teria ocasionado o incêndio, mas a possibilidade de que uma briga entre os detentos teria motivado o crime não foi descartada. Segundo relatos dos próprios presos, o pavilhão A teria sido invadido por detendos do pavilhão B, que atearam fogo no local. Alguns ainda afirmaram que o próprio Reginaldo, vítima do incêndio, teria iniciado o fogo no presídio. A Polícia também não descarta a possibilidade do incêndio ter sido acidental, mas somente a perícia irá confirmar o que ocasionou o crime.
De acordo com o Edén Vespaziano, secretário da Secretaria Executiva de Ressocialização de Pernambuco (Seres-PE), durante o fogo, agentes penitenciários abriram outros espaços do presídio, permitindo a saída dos presos para áreas que não foram atingidas pelo fogo. No entanto, os dois detentos correram para os banheiros das celas e por isso não teriam conseguido fugir das chamas. Os estragos e danos em grande parte do pavilhão estão sendo avaliados e podem ser reparados em 48 horas. Os 220 presos da ala do pavilhão A foram realocados em uma igreja do Sistema Prisional. Não há clima de motim na unidade.
Durante o incêndio, quatro viaturas de combate a incêndio e uma de resgate do Corpo de Bombeiros foram encaminhadas ao local, na Zona Oeste do Recife, para controlar as chamas. 

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