Dois detentos morrem em incêndio no Complexo Prisional do Curado
Causa ainda não foi identificada, mas rixa entre presos pode ter motivado crime
Leo Motta/Folha de Pernambuco
De acordo com Antônio Neto, perito criminal do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Francisco Reginaldo da Silva, de 36 anos, e Manuel Alexandre Ludugero, de 33 anos, foram encontrados em celas diferentes e dentro de caixas d’água, utilizadas para o banho pelos detentos. Para a Polícia, os homens acreditavam que dentro dos recipientes estariam salvos das chamas, mas os espaços estavam vazios. Os corpos não apresentavam nenhum sinal de violência, por isso a Polícia acredita que as vítimas tenham morrido asfixiadas, devido à inalação de fumaça. No entanto, a causa das mortes deverá ser confirmada pelo Instituto de Criminalística (IC).
Segundo a perícia do DHPP não foi constatado nenhum sinal de desabamento de paredes. Foram destruídos pelo fogo colchões, lençóis, objetos dos detentos e pedaços de madeira utilizados como divisórias dentro das celas.
Ainda não se sabe o que teria ocasionado o incêndio, mas a possibilidade de que uma briga entre os detentos teria motivado o crime não foi descartada. Segundo relatos dos próprios presos, o pavilhão A teria sido invadido por detendos do pavilhão B, que atearam fogo no local. Alguns ainda afirmaram que o próprio Reginaldo, vítima do incêndio, teria iniciado o fogo no presídio. A Polícia também não descarta a possibilidade do incêndio ter sido acidental, mas somente a perícia irá confirmar o que ocasionou o crime.
De acordo com o Edén Vespaziano, secretário da Secretaria Executiva de Ressocialização de Pernambuco (Seres-PE), durante o fogo, agentes penitenciários abriram outros espaços do presídio, permitindo a saída dos presos para áreas que não foram atingidas pelo fogo. No entanto, os dois detentos correram para os banheiros das celas e por isso não teriam conseguido fugir das chamas. Os estragos e danos em grande parte do pavilhão estão sendo avaliados e podem ser reparados em 48 horas. Os 220 presos da ala do pavilhão A foram realocados em uma igreja do Sistema Prisional. Não há clima de motim na unidade.
Durante o incêndio, quatro viaturas de combate a incêndio e uma de resgate do Corpo de Bombeiros foram encaminhadas ao local, na Zona Oeste do Recife, para controlar as chamas.
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