segunda-feira, 20 de julho de 2015

CIDADE PATRIMÔNIO

No Alto da Sé, em Olinda, infraestrutura desagrada comerciantes e turistas

Barracas enferrujadas, fiação elétrica improvisada, lonas sujas e rasgadas contrastam com a bela paisagem ao redor


Margarete Andrea

Da Editoria de Cidades

Projeto inciado no Alto da Sé não foi concluído / Diego Nigro/JC Imagem

Projeto inciado no Alto da Sé não foi concluído

Diego Nigro/JC Imagem

O Alto da Sé, em Olinda, há décadas está no roteiro de todo turista que visita a cidade, Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade. Apesar disso, a infraestrutura do local continua deixando muito a desejar. Barracas enferrujadas, fiação elétrica improvisada, lonas sujas e rasgadas contrastam com a bela paisagem ao redor. Há dois anos, a prefeitura do município capacitou as tapioqueiras para atender melhor os turistas, mas a padronização dos equipamentos ficou só na promessa.
“Quando chove as barracas dão choque. E não protegem ninguém da água. Vai acabar esse mandato e nada de resolverem isso. Se ao menos a prefeitura deixasse a gente fazer nossos projetos... queria muito uma barraquinha fechada”, lamenta a tapioqueira Lúcia Maria Gomes, 30 anos, que trabalha com a mãe, Maria de Eli – há 40 anos no local.
Também antiga no negócio, com mais de 30 anos de serviço, a tapioqueira Severina Maria de Souza, 55, já não tem mais pressa diante do assunto. “Melhor ficar como estamos do que nos colocarem em barracas coladas e pequenas, como fizeram com os artesãos. Daquele jeito não fica bom para a gente”, salienta, lembrando que a tapioca da Sé é conhecida em todo o mundo.
As barracas dos artesãos às quais Severina se refere começaram a ser substituídas no final do ano passado, transição que deve ser concluída amanhã. Elas são distribuídas por duplas e vêm recebendo críticas. “O espaço é muito pequeno, não expomos nem metade das mercadorias. E quando chove molha do mesmo jeito, já estamos pensando em colocar ilhoses na cobertura e puxar uma lona até o chão para nos proteger”, argumentou o artesão Chasqui Daygoro, 18.
TURISTA
E quem pensa que o turista não observa a estrutura está redondamente enganado. “A tapioca é boa e há carisma para o atendimento. Falta padronização das barracas, com o nome de cada uma em destaque, e fardamento para as tapioqueiras. Do jeito que está dá um ar de desorganização e sujeira. O turista quer organização e higiene”, ensina Dilse Moreira, 58, diretora de escola em Belém do Pará, que esteve no Alto da Sé, ontem, com uma amiga. 
As condições das barracas também não passaram despercebidas pelo casal Vanessa Bonfim, 30, e Jerônimo Ferreira, 32, de Belo Horizonte. “Procuramos uma mais arrumadinha e que aparentasse higiene”, confessa ele. “E acertamos. A comida estava ótima e o atendimento foi muito bom”, completa ela. Houve gente que chamou atenção para a exposição do lixo na rua.
O JC tentou contato com o secretário de cultura de Olinda, Lucilo Varejão, para tratar do assunto, mas não obteve sucesso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário