quinta-feira, 25 de setembro de 2014

INVESTIGAÇÃO

Após denúncia, diretor de segurança do Complexo do Curado é afastado temporariamente do cargo

José Edson de Lima fica fora de suas funções até que sejam apuradas as responsabilidades pelo caso dos detentos que transportavam e manuseavam munições, episódio noticiado pelo JC

Publicado em 25/09/2014, às 18h36

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Felipe Vieira

Presos são flagrados carregando armamento e munição para dentro do Complexo do Curado / Foto: Divulgação

Presos são flagrados carregando armamento e munição para dentro do Complexo do Curado

Foto: Divulgação

O secretário estadual de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Bernardo D´Almeida, afastou o titular da Gerência de Operações de Segurança do sistema prisional, José Edson de Lima, até que sejam apuradas as responsabilidades pelo caso dos detentos que transportavam e manuseavam munições. O episódio aconteceu no Complexo Prisional do Curado e foi noticiado com exclusividade pelo JC.

Detentos do presídio ASP Marcelo Francisco Araújo (PAMFA), foram filmados carregando caixas de munições e as depositando na armaria do local. O procedimento não faz parte das normas de segurança do sistema prisional. Num vídeo ao qual o JC teve acesso, filmado no último dia 5 de agosto no Presídio Aspirante Marcelo Francisco Araújo (PAMFA), uma das três unidades do Complexo, quatro detentos descarregam um caminhão lotado de caixas com cartuchos de vários calibres, sob olhares nem muito atentos de alguns agentes penitenciários. É possível ver que o material é da Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), que detém praticamente todo mercado de munição no Brasil.
As caixas são colocadas, pelos detentos, no local onde ficam guardados todos os equipamentos bélicos da unidade, como armamentos letais e não letais, capacetes, escudos e coletes à prova de balas. São empilhadas contra uma parede, sem maiores cuidados. E pela quantidade exibida no vídeo, os presos devem ter tido um bom tempo para colocá-las na armaria.

Há um certo clima de calma e normalidade nos poucos mais de 60 segundos do vídeo. Mas segundo agentes penitenciários, que deram entrevista sob anonimato, a prática fere todos os procedimentos de segurança do sistema prisional. “Os detentos agora sabem quantas armas existem, de que tipos e o número de fechaduras até se abrir a armaria. É um suicídio”, conta, alarmado, um deles.

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