domingo, 7 de setembro de 2014

Universitário perde 30 Kg após ficar sem vida social e largar estudos

Gustavo Araújo, 27 anos, pesava 110 Kg; saúde estava comprometida.
Com força de vontade, mudou rotina com caminhada e alimentos saudáveis.

Luna MarkmanDo G1 PE
Gustavo trocou manequim de 45 para 38 (Foto: Luna Markman/ G1)Em oito meses, Gustavo passou do manequim
46 para o 38 (Foto: Luna Markman/ G1)
No começo deste ano, o universitário Gustavo Henrique Araújo, 27 anos, pesava 110 Kg e quase não saía mais de casa, no bairro do Ipsep, Zona Sul do Recife. Trancou a faculdade de direito por causa das recorrentes dores de cabeça que o impediam de estudar. Com vergonha do corpo, deixou de acompanhar os amigos nas festas. As taxas de colesterol e triglicerídeos (um tipo de gordura) já o preocupavam, assim como o histórico de obesidade e mortes por infartos na família. Somando tudo isso, um dia ele acordou, botou um tênis e foi correr na praça da vizinhança. Procurou nutricionista e trocou litros de refrigerante, pão e feijoada por frutas, verduras e carne branca. Em três meses, perdeu 30 Kg. Apenas com a própria força de vontade, o jovem recuperou a autoestima e o gosto pela vida.
Gustavo lembra que desde criança comia “descoordenado”. “Gostava muito das comidas pesadas daqui [de Pernambuco], como rabada, feijoada, buchada, dobradinha. À noite, chegava a comer dois pratos cheios e bebia refrigerante como se fosse água. Nos bares, já pedia porções só para mim, porque sabia que não dava para dividir”, diz.
Há dois anos, as medidas da cintura começaram a incomodá-lo. Com 1,82m, o peso ideal seria entre 62 Kg e 82 Kg, mas já estava com 110 kg. “Fui ficando sem ânimo para sair. Se estava na rua, com o pessoal, tinha vontade de voltar logo para casa. Nem gostava mais de tirar fotos, por isso não tenho imagens dessa época, de corpo todo”, comenta.
Gustavo com 110 Kg, em um bar com amigos (Foto: Luna Markman/ G1)Gustavo quando pesava 110 Kg, em um bar com amigos
(Foto: Acervo pessoal)
Subir os dois lances de escada do prédio onde mora era um sacrifício. Quatro minutos jogando uma “pelada” já o deixavam sem fôlego. Ao comer algo gorduroso, como uma coxinha, a dor de cabeça aparecia. Assim, ele achou melhor trancar o curso de direito, pois já não conseguia concentrar-se para estudar. “Estava em uma decadência física, mental e emocional”, relembra.
A morte de dois familiares por infarto, sendo um deles com apenas 23 anos, e o fato de o pai ser obeso traziam uma horizonte sombrio ao jovem. “Eu via meus parentes sem capacidade de mudar, eu me recolhendo do meu meio social, então decidir dar um basta nisso. Em fevereiro, procurei orientação de exercícios com amigos atletas e uma nutricionista. Em três meses, perdi 30 Kg. Eu vestia 46 e agora estou em 38, ainda nem consegui renovar o guarda roupa”, festeja.
Uma simples caminhada de 20 minutos, na praça do bairro, foi o ponto de partida para a mudança. Hoje, corre uma hora, de domingo a domingo, na orla de Boa Viagem, que fica distante cerca de quatro quilômetros da casa dele. Gustavo ainda faz séries de abdominais, barra e agachamento.
Gustavo hoje corre um hora e faz séries de exercícios aeróbicos todos os dias (Foto: Luna Markman/ G1)Gustavo hoje corre um hora e faz séries de exercícios aeróbicos todos os dias (Foto: Luna Markman/ G1)
A geladeira não tem mais lugar para refrigerantes, só chás de camomila e canela e sucos naturais de frutas. As preferidas são cajá, caju, carambola. São oito refeições por dia, entre café da manhã, almoço, jantar e lanches nos intervalos. Nos pratos, muito quiabo, maxixe, couve-flor, beterraba, pepino, arroz integral e carne branca. “Nunca levei a sério, mas comecei a prestar atenção na minha mastigação. Hoje, mastigo umas 30 vezes e facilita a digestão”, afirma.
Gustavo é daqueles que acredita na capacidade individual. “Cirurgia, produtos de controle de peso, treino funcional, treinador pessoal... É tudo balela, basta ter força de vontade. Se você tem todas as funções do corpo em ordem, vá à luta, persista. Às vezes eu pensava em desistir, mas achava uma motivação, buscava minha fé”, disse. O jovem agora está no primeiro ano do curso de medicina e voltou a sorrir com a vida.

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