(Foto: Expedito Lima/Folha de Pernambuco)
O primeiro debate entre os candidatos a presidente da República cujos partidos têm representação na Câmara teve espaço para provocações, embates e ataques, com destaque para os embates entre a presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) e o tucano Aécio Neves. Pelo menos em quatro oportunidades eles se enfrentaram. Dos 11 postulantes, sete participaram do debate.
No primeiro bloco, os candidatos responderam a pergunta única, sobre as propostas para a segurança. Enquanto uns aproveitaram o tempo para se apresentar, como foi o caso de Luciana Genro (PSOL), sobraram propostas para todos os gostos. De Ministério da Segurança Pública (feita pelo Pastor Everaldo – PSC), à redução da maioridade penal de 18 anos para 16 (Levy Fidelix – PRTB), passando pela legalização das drogas (Eduardo Jorge – PV), houve espaço para que todos falassem sobre a questão. Os três principais candidatos – Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) – foram mais comedidos nas propostas.
A presidente defendeu um maior envolvimento da União na segurança pública, uma atribuição dos Estados. Já Marina Silva defendeu a implantação do Pacto pela Vida, programa que foi carro-chefe de Eduardo Campos em Pernambuco. Em sua fala, Aécio defendeu uma política nacional de segurança que permita uma profunda e rápida reforma do código penal.
No segundo bloco, houve o esperado confronto entre os três, com perguntas entre os candidatos. Primeira a perguntar, Marina escolheu Dilma como alvo, e questionou as promessas feitas pela petista durante as manifestações de junho do ano passado, e que não foram cumpridas, segundo a socialista. A presidente-candidata contestou as afirmações da adversária. Listou cinco pontos prometidos e disse que apenas a reforma política não foi cumprida, porque o Congresso Nacional não a aprovou.
Em seguida, a presidente provocou Aécio, dizendo que durante o governo FHC a taxa de desemprego no País era mais do que o dobro do que a atual. Em sua resposta, o tucano disse que “quem fala olhando pra trás tem o receio de olhar o presente e debater o futuro”.
Na sua vez de perguntar, Aécio questionou sobre a nova política e classificou a adversária de contraditória, ao dizer que não sobe no palanque de Geraldo Alckmin, em São Paulo, e disse que vai governar ao lado de pessoas como ex-ministro José Serra. A socialista disse que a nova política “é combater a polarização PT-PSDB que leva o atraso o País há 20 anos”. Disse que Serra não faz a política mesquinha de oposição por oposição, por isso iria governar ao lado dele.
Os embates entre os três principais candidatos continuaram no terceiro bloco, em que os jornalistas faziam uma pergunta, escolhiam que iria responder e o que iria comentar. Nas três primeiras perguntas, eles foram protagonistas.
O principal confronto ocorreu no quarto bloco, quando mais uma vez o candidato pôde perguntar para candidato. Primeiro a perguntar, Aécio questionou a presidente Dilma sobre os casos de corrupção na Petrobras. Demonstrando irritação, a petista defendeu na gestão da empresa, lembrou da questão do pré-sal e disse que não foi durante as gestões do partido que tentaram mudar o nome da Petrobras para Petrobrax, “que soava melhor para os ingleses”. E classificou de “leviandade” envolver o nome da estatal nas denúncias. “Uso o mesmo termo da senhora. Leviandade é o que estão fazendo com a Petrobras. É a Polícia Federal quem diz que há uma organização criminosa atuando nela”, atacou o tucano.
No quinto bloco, os dois voltaram a enfrentar, ao debater a questão do plebiscito da reforma política.
No balanço do debate, a presidente Dilma despejou uma série de números do seu Governo, mas hesitou algumas vezes na sua fala. Já Marina Silva mostrou firmeza nas suas intervenções, mas não apresentou bem as suas propostas. O tucano Aécio Neves, por sua vez, se mostrou o mais seguro entre os três e conseguiu apresentar algumas ideias. Já os candidatos com menor percentual nas pesquisas ocuparam o seu tempo com alguns projetos e muitas tiradas bem humoradas. Destaque para o candidato do PV, Eduardo Jorge, que, com as suas intervenções por vezes confusas, acabou roubando a cena.