DESPEDIDA
Corpo de Fernando Spencer é velado em Santo Amaro
Jornalista e cineasta morreu esta segunda-feira (17/3), aos 87 anos de idade, vítima de câncer pulmonar
Ricardo B. Labastier/JC Imagem
Parentes e amigos se despedem no velório do Cemitério de Santo Amaro, no Recife, do cineasta e jornalista Fernando Spencer, 87 anos, que faleceu esta segunda-feira (17/3). O sepultamento está marcado para as 17h.
Nascido na capital pernambucana, Fernando José Spencer Hartman se iniciou no jornalismo na década de 1950 e se tornou um dos críticos de cinema mais atuantes do Estado.
A partir de 1969, começou sua carreira como cineasta. Dirigiu mais de 40 produções, entre curtas, médias e longas-metragens, rodando obras em Super 8, 16 mm, 35 mm e vídeo, característica que lhe deu o apelido de O Cineasta das Três Bitolas (em referência aos tipos de películas empregados).
Spencer, que também foi responsável pela Cinemateca da Fundação Joaquim Nabuco e, junto com o também crítico de cinema Celso Marconi, atuou ainda como programador das primeiras Sessões de Arte da cidade, mais do que um diretor de cinema foi a principal influência dos cineastas pernambucanos que começaram a se projetar a partir dos anos 1980, sobretudo ao mostrar que fazer cinema é possível, independentemente dos recursos.
O cineasta era Patrimônio Vivo de Pernambuco desde 2007.
Sobre Spencer, o produtor Genilvado di Pace, parceiro na maioria de suas obras falou: "A criatividade dele era imensa. E a gente sempre estava com ele. Um dos grandes amigos que tive".
Também presente no velório, o cineasta Kleber Mendonça Filho disse: "A trajetória do cinema pernambucano tem as impressões digitais dele ao longo de muito tempo. Todo mundo fala da perda, mas a gente só fez ganhar com a presença dele".
"É um ídolo", afirmou a jornalista Leda Rivas, com quem Spencer trabalhou durante 22 anos ao longos das quatro décadas que esteve no Diario de Pernambuco. "Receptivo ao novo e colaborador de primeiríssima. Ele fez uma geração", lembrou.
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