sexta-feira, 28 de março de 2014

EX-FAST FOOD

Hambúrguer gourmet

Lanchonete H3, no RioMar, quer subverter e glamourizar a típica receita americana

Publicado em 28/03/2014, 



Bruna Cabral

O hambúrguer é servido sem pão e a batata frita vira chips / Priscilla Buhr/Divulgação

O hambúrguer é servido sem pão e a batata frita vira chips

Priscilla Buhr/Divulgação

Subverter um clássico é um risco. Ainda mais quando o medalhão em questão é de carne, coberto com queijo e acomodado em duas fatias de pão com gergelim. Hambúrguer parece receita blindada. Mas não é. Pelo menos não para os portugueses, que criaram a franquia de hambúrguer gourmet H3, cuja especialidade é o que os gajos chamam de nova “hamburgologia”. Ou, na língua nativa do prato em questão, "not so fast food".
Desembarcada no Recife pelos empresários lusitanos Francisco e João Madureira Teixeira, recebidos pelo pernambucano João Cordeiro, a rede desconstrói a receita clássica. E tenta transformar hambúrguer em iguaria, subtraindo-lhe todo e cada simulacro. Ou seja, o pão perdeu o emprego. A batata frita deu lugar à batata chips. E o disco de carne que virou sinônimo de fast food deitou no berço esplêndido dos bons moços gastronômicos: circula entre aquelas mesas, num corpinho de 200 gramas de carne grelhada e temperada com sal marinho, na companhia de insumos ilustres da pirâmide alimentar, como feijão preto, arroz, salada de folhas, cebola e tomate. "No começo, o pessoal estranhou um bocado. Mas agora entendeu a proposta. Almoça hambúrguer sem problema", diz João Cordeiro.
O cardápio tem somente nove receitas. Entre as opções mais célebres, estão o Zuca, que vem com feijão preto, ovo frito, farofa e molho vinagrete; o Tuga, com molho de cerveja, alho, louro e ovo por cima; e o Cheese, coberto com fondue de queijo cheddar e cebola confitada. Além do aspirante a bife e dos insumos fixos de cada prato, o cliente escolhe os acompanhamentos que julgar mais tentadores, entre arroz, batata e salada. A carne é servida em três pontos: bem passado, mal passado e coluna do meio. É saborosa, mas peca no frescor. Talvez porque os hambúrgueres, manufaturados em São Paulo, tenham que viajar congelados até aqui.
Para beber, nada de refrigerante. Se é para subverter que seja em grande estilo: com limonada siciliana, limonada de morango ou chá gelado com limão.

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