Recursos »Redes de trabalhoEmpresas estão checando cada vez mais perfis na internet de candidatos a vagas de empregos e informações podem ser determinantes na contratação
Pedro Maximino - Diario de Pernambuco
Sônia Calado defende que as empresas têm o direito de conhecer o melhor possível os valores da pessoa a ser contratada Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press |
“As empresas têm o direito de conhecer o melhor possível os valores da pessoa a ser contratada”. É o que pensa a professora de administração da Faculdade dos Guararapes, Sônia Calado, que também é doutora em comportamento organizacional. Para ela, é preciso ter noção de que as empresas não estão invadindo a vida de ninguém, pois cada um escolhe o que quer mostrar. “No currículo, a pessoa se protege um pouco. Todo mundo quer ser bem avaliado”, afirma.
Visitar as redes sociais do candidato é uma forma de ver como ele se comporta fora do ambiente de trabalho. “Os empregadores querem pessoas competentes, de valores alinhados com as propostas das empresas”. Para Felipe Mançano, porta-voz da Michael Page, empresa especializada em recrutamento de profissionais, as empresas fazem isso como uma precaução a mais, além do currículo. “A empresa quer saber quem é aquela pessoa, para evitar problemas que comprometam a imagem dela no futuro.”
Algumas postagens consideradas banais podem prejudicar a pessoa na hora de uma seleção de trabalho. “Postar conteúdos que indiquem tristeza pela chegada da segunda-feira, por exemplo, pesam de maneira negativa”, diz Cecília Frasão, proprietária da MB Consultoria. Páginas como “Eu odeio acordar cedo” demonstram falta de compromisso e podem pesar contra o candidato. “É bom evitar fotos segurando bebidas acoólicas ou em muitas festas”, diz Felipe Mançano. Sônia Calado dá um conselho: “se tiver dúvida, não publique”. Ela também indica que é bom evitar publicar conteúdos preconceituosos e opiniões polêmicas.
"Postar conteúdos que indiquem tristeza pela chegada da segunda-feira, por exemplo, pesam de maneira negativa", diz Cecília Frasão Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press |
Quem ocupa cargos de liderança deve se preocupar em dobro com o que é postado. “O bom líder é um modelo. Quem é líder deve ficar ligado o tempo todo”, diz Sônia. “O liderado é quem decide que vai aceitar tal pessoa como líder. É uma relação de confiança, de respeito. Um ajuda o outro a crescer. Caso o liderado se sinta decepcionado, essa relação é destruída e o líder passa a ser apenas o chefe.”
Os cuidados também valem para quem está entrando agora no mercado de trabalho. As brincadeiras feitas na época da adolescência e postadas nas redes sociais precisam ser revistas e, se for o caso, até mesmo excluídas. É o caso de muitos jovens que colocam como local de trabalho no Facebook a “V.A.S.P. – Vagabundos Anônimos Sustentados pelos Pais”. Eles deixam a informação lá e muitas vezes esquecem, mas ela está disponível para qualquer empregador ver.
Do lado positivo, as redes sociais podem servir para divulgar as conquistas profissionais e projetos próprios. Também tem a opção de utilizar redes voltadas para relações profissionais, como o LinkedIn. Criada nos Estados Unidos, hoje ela reúne mais de 15 milhões de brasileiros. Segundo Mançano, o site é um bom endereço para inserir dados profissionais, sem espaço para brincadeiras ou distrações. “O LinkedIn é cada vez mais visto e levado em consideração no Brasil.”
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