quinta-feira, 3 de julho de 2014

MUNDIAL 2014

Cidade da Copa em até 25 anos

Complexo não tem prazo para início das obras. Obrigação é concluir tudo até 2035

jornal do comercio



Giovanni Sandes

Projeto orçado em R$ 1,6 bilhão sequer concluiu licenças ambientais / Imagem: divulgação

Projeto orçado em R$ 1,6 bilhão sequer concluiu licenças ambientais

Imagem: divulgação

A obrigação da Cidade da Copa só é ficar pronta em 2035. São 25 anos, contados desde 2010. Foi a justificativa do governo estadual para o fato de o complexo imobiliário, estimado em R$ 1,6 bilhão, não tem prazo para iniciar as obras mesmo após o fim do Mundial. Até o site da Cidade da Copa, muito divulgado 2 anos atrás, hoje está desativado.

O projeto não concluiu o licenciamento ambiental, bem como estão pendentes o repasse do terreno e a tramitação da papelada na prefeitura de São Lourenço da Mata. “Evidentemente, eu suponho que o parceiro privado vai ter todo o interesse em resolver esse problema na maior rapidez possível, embora o prazo deles vai se desenvolver ao longo de 25 anos”, disse Ricardo Leitão, secretário Extraordinário da Copa. Ontem ele comandou um balanço sobre o legado do Mundial no Estado.
Mais que uma arena, a Cidade da Copa foi o coração da candidatura de Pernambuco como subsede do Mundial, em 2009. Segundo Leitão, 11 locais foram estudados, mas a escolha de São Lourenço teve o objetivo de criar um novo vetor de desenvolvimento, a oeste do Recife.
A Arena Pernambuco Negócios, do grupo Odebrecht, assumiu uma parceria público-privada para obras, operação e manutenção do estádio, por 30 anos. A Cidade da Copa veio no contrato. A obrigação é erguer no terreno de 242 hectares, entre outros, universidade, residências e equipamentos públicos.
Após ressaltar atrasos como a aprovação do repasse do terreno na Assembleia Legislativa, Leitão reforçou que o complexo será tocado pelo grupo privado. “O que coube ao governo na Cidade da Copa foi feito: sistema viário principal, a base do saneamento, fornecimento sanitário. A partir de agora é esperar que o parceiro privado da PPP faça o desenvolvimento do segmento imobiliário. O que nós tínhamos prioridade como Secretaria da Copa era viabilizar o que permitia ocorrer, na Cidade da Copa, os jogos da Copa do Mundo e da Copa das Confederações”, afirmou Ricardo Leitão.
A Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) informa que, na PPP, o terreno é avaliado em R$ 30 milhões. Já o preço final da arena segue incerto. “Recentemente abriu-se uma discussão em altos termos jurídicos e financeiros entre o governo do Estado e o parceiro privado”, explicou Leitão. Um dos motivos é que as obras foram aceleradas, para entrega a tempo da Copa das Confederações, em 2013.
Segundo ele, consultorias contratadas pelo governo estão ajudando nos cálculos. “Esse acordo ainda não foi alcançado. Em consequência, não posso divulgar sequer a estimativa disso, que ainda se encontra em análise”, afirmou Leitão. De acordo com a Seplag, o custo máximo do estádio será de R$ 630,5 milhões, “podendo ser menor, a depender da análise em curso.”

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