sexta-feira, 11 de julho de 2014

EM POUCAS PALAVRAS, JOGADORES EXPRESSAM DOR E PEDIDO DE DESCULPAS


Publicado  por Alexandre Arditti jc
Jogadores postaram montagem com o rosto do elenco e de Felipão. Foto: Reprodução/@marcelotwelve
Jogadores postaram montagem com o rosto do elenco e de Felipão. Foto: Reprodução/@marcelotwelve
Cinco dos 23 jogadores brasileiros na Copa do Mundo quebraram o silêncio nesta quinta-feira (10), com postagens nas redes sociais. Falaram da dor que estão sentindo e se desculparam com a nação pela humilhante derrota sofrida para a Alemanha, por 7x1, no Mineirão, em Belo Horizonte, pelas semifinais do torneio. Os laterais Daniel Alves e Marcelo, os meias Luiz Gustavo e Hernanes e o atacante Bernard ainda fizeram questão de enaltecer as qualidades e a união do elenco, mas não buscaram explicar o que teria sido determinante para o vexame Canarinho em um Mundial em casa. Ao fim da partida de terça-feira (8), apenas o goleiro Julio César e o zagueiro David Luiz falaram, ainda no gramado.
 
“Sabemos bem que somos 23 rostos que, a partir de agora, ficarão marcados com a camisa da seleção por um motivo de derrota. O peso é bem grande. No momento, não tenho forças nem para olhar nos olhos de alguém”, escreveu o volante Luiz Gustavo em sua conta no Instagram. Na mesma rede social, o lateral-direito Daniel Alves falou em “apedrejamento” por parte da opinião pública. “Sei que sempre seremos julgados. É a vida, faz parte do nosso ciclo, pois sempre é mais fácil o julgamento do que a compreensão. É mais fácil apedrejar do que perdoar”, disse.
 
“Tenho orgulho de fazer parte dessa família, desse grupo, porque sei da vontade de fazer todo o povo brasileiro feliz. Caráter, comprometimento, entrega, fé e principalmente sabedores da responsabilidade que tínhamos em mãos. Agradeço a Deus por estar aqui, aos meus companheiros pela amizade e pela união, e a toda torcida brasileira!”, escreveu o atacante Bernard.
 
Para os psicólogos esportivos, o silêncio da maioria dos jogadores do Brasil é natural e não reflete uma covardia deles em enfrentar as críticas dos torcedores. “É comum o silêncio logo após os fracassos. Nesse momento, os atletas estão afundados na tristeza, procurando respostas. Em situações de crise, a comissão técnica precisa se colocar como escudo dos jogadores. E isso foi feito no dia seguinte a derrota”, disse a psicóloga Suzy Fleury, que trabalhou na seleção de 1998 a 2000.
Na visão do psicólogo esportivo Antônio Roberto Rocha, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o silêncio é uma ferramenta de autodefesa. “Eles estão machucados. Foi uma derrota muito impactante. Eles precisam se resguardar para restaurar o estado emocional e, assim, buscar explicações para o que aconteceu. Nesse momento, ainda não racionalizaram a goleada”, comentou.
 
Os psicólogos concordam que é bem mais fácil tratar da humilhante goleada usando as redes sociais. No entanto, veem nos que estão quebrando o silêncio importantes traços de liderança. “Nos momentos de maior dificuldade é que identificamos os líderes de um grupo. Eles estão assumindo a responsabilidade de dar a cara a bater nesse momento tão difícil para o time. Julio César e David Luiz deram um exemplo incrível disso logo após a partida”, afirmou Suzy Fleury.

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