Após quase um mês abrigadas na Embaixada Brasileira em Oslo, na Noruega, a pernambucana Vitoria Alves Jesumary, de 37 anos, e sua filha Sofia de apenas três anos de idade, devem retornar ao Brasil, nesta quarta-feira (18). De acordo com a família, depois da separação dela com o pai da criança, que é um chileno naturalizado na Noruega, o governo tentou retirar Sofia da mãe para entregar à adoção, sob a desculpa de que a criança estava desestruturada psicologicamente por conta da separação dos pais e não se alimentava devidamente. A repatriação das duas foi permitida após o cancelamento da decisão do conselho tutelar de levar Sofia para uma família substituta.
Reprodução/Facebook
Repatriação foi permitida após o cancelamento da decisão de levar Sofia para uma família substituta
De acordo com familiares, os critérios para que o governo tome a criança acaba prejudicando pessoas como estrangeiros e as consideradas de minorias étnicas. "Eles estavam se separando e tinham conhecimento do caso. Vitória muitas vezes pediu orientação ao conselho tutelar na Noruega, mas tem coisas a mais ali. As pessoas entram num programa para pedir adoção, e nesse programa elas recebem dinheiro para adotar. É mais ou menos uns R$ 15 mil por mês. É um programa que as pessoas se inscrevem e tem gente que deixa até o emprego, pois, quando se adota uma criança dessas, você não é considerado um desempregado", explicou a designer Margareth Jesumary, irmã de Vitória.
No último dia 28 de novembro, o pai da menina foi quem ficou sabendo que queriam pegar a criança e foi de imediato na escola, pegou a filha e ligou para Vitória, sem saber o que fazer. Por sua vez, a mãe da criança o orientou a levá-la para a embaixada do Brasil. "Foi meio dramático. O pai entrou com a menina, e ela (Vitoria) ficou do lado de fora, pois chegou depois. Eles tentaram segurá-la para ela não entrar e forçar a menina a sair de lá", relatou Margareth, que também vem ao Recife receber as duas.
Por meio de nota divulgada no site oficial, o Ministério das Relações Exteriores informou que Vitoria e sua filha receberam total atenção do Governo brasileiro, que, por meio da embaixada em Oslo, proporcionou mediação entre a brasileira e seu ex-marido, acompanhou todas as audiências judiciais e providenciou a repatriação de ambas.
fonte folha pe
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