quinta-feira, 18 de agosto de 2016

O amor que guardei para mim

Se me perguntarem sobre reencontros


Por Malu Silveira
Reencontros são necessários para nos fazer entender que perder uns aos outros serve para nos achar / Foto: Free Images
Reencontros são necessários para nos fazer entender que perder uns aos outros serve para nos acharFoto: Free Images
Se há um tempo me perguntassem qual o poder de um reencontro, eu não hesitaria em dizer que eles dizem muito mais sobre os outros do que sobre nós. Apostaria minhas fichas que essas trombadas recorrentes na vida mais servem como um espelho de quem fomos no passado e não um fiel reflexo de quem precisamos nos tornar para sobreviver ao presente. 
Talvez naquela época eu não soubesse que reencontros dizem muito sobre o futuro. Sobre o que tivemos de fazer para continuar. Sobre como foi preciso muito esforço para mudar. Sobre como somos obrigados a esperar o tempo passar. Um tempo que machuca alguns, fortalece outros. E, quem diria, ensina muito a quem não soube fazer direito. 
Se perguntassem algum tempo atrás, eu não imaginaria que alguns reencontros são necessários para nos fazer entender que perder uns aos outros também serve para nos achar. Que nos faz recordar que um dia foi necessário mudar caminhos e recalcular rotas. Alguns esbarrões que servem para nos mostrar que ontem tivemos medo. Hoje talvez já não tenhamos mais. 
 Um belo exemplo de que nada é por acaso. Nem as despedidas e desencontros 
Muito provavelmente eu não fazia ideia que reencontros são a prova de que nada é melhor do que um dia após o outro. E mais outro. E outro. E outro. Para nos curar por dentro e preparar para o que vem por fora. Alguns reencontros que nos fazem perceber que as pessoas não mudam pelos outros. Somente por elas. E é nesse cruzamento de estradas que dá para perceber se a mudança veio para melhor. Ou para pior. 
Reencontros, quem diria, me mostraram que não adianta se preparar. Não adianta contar dias, estabelecer prazos. Acontecem nos piores momentos, nos mais desajeitados períodos. Talvez um belo exemplo de que nada é por acaso. Principalmente as despedidas e mais ainda os desencontros
Hoje, se me perguntarem, eu vou saber responder. A maioria dos reencontros dizem mais sobre nós do que sobre os outros. Sobre o que tivemos de abrir mão para continuar a caminhar. Sobre o que tivemos de deixar no meio do caminho para a trajetória não ser de pesar. E, se ainda assim insistirem sobre eles, pode deixar que eu vou acrescentar: alguns reencontros também dizem sobre os outros. No que diz respeito a quem passou e não retornou mais. E principalmente sobre quem voou longe e decidiu voltar para ficar

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