segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Pedestres

No dia do pedestre, confira as vantagens da vida longe dos volantes


Vinícius BarrosJC Trânsito
Andar a pé é alternativa para driblar o extenso trânsito do Recife / Foto: Diego Nigro/JC Imagem
Andar a pé é alternativa para driblar o extenso trânsito do RecifeFoto: Diego Nigro/JC Imagem
Em uma cidade como o Recife, onde a média de congestionamento na primeira semana de agosto alcançou 47 quilômetros de extensão pela manhã no horário de pico, o caminho para o trabalho ou faculdade torna-se um caos diário. Para driblar esta situação, existem aqueles que abdicam do estresse atrás do volante e fazem das próprias pernas o meio de locomoção: os pedestres. Nesta segunda-feira, 8 de agosto, comemora-se o dia deles e a equipe do JC Trânsito procurou saber quais são as vantagens para saúde, economia e privações de quem opta por uma rotina sem nenhum veículo.
Rogério Costa é professor e se mudou do bairro de Casa Caiada, em Olinda, para o bairro do Prado, Zona Oeste do Recife, local mais perto do colégio onde trabalha.  Ao trocar de endereço, observou que ir a pé seria uma boa ideia para ter uma vida mais saudável."Como me mudei há pouco tempo, não percebi grandes melhorias, mas já me sinto mais disposto e isso me estimula a percorrer distâncias maiores que antes só fazia de carro ou táxi", afirmou.
Mas não foi só na saúde que Rogério ganhou um fôlego extra. Antes da mudança, ele precisava gastar diariamente R$60 com táxis na ida e volta de casa para o trabalho, no bairro da Madalena, zona Oeste do Recife. Com a caminhada, o impacto no bolso foi bastante positivo. " Quando tomei a decisão de trocar o carro pelo táxi ou carona de amigos, a economia foi de aproximadamente 30% do valor destinado a manutenção e combustível. Em seguida, percebi que se mudasse de endereço a redução chegaria a 75%", destacou.
Segundo José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil, falta às pessoas uma maior reflexão da necessidade de ter um carro."A crise econômica tem ajudado as pessoas a refletirem melhor sobre mobilidade. Andando a pé existe um impacto econômico muito forte e elas passam a planejar melhor os itinerários e suas necessidades.Consequentemente, o uso do carro e o status adquirido com ele passam a ser repensados", declarou.
Rogério considera a caminhada como um benefício para a saúde e para o bolso
Rogério considera a caminhada como um benefício para a saúde e para o bolsoFoto: Acervo pessoal/Facebook
Rogério também comentou sobre a visão que as pessoas têm em relação a quem possui carro. Para ele, o status ainda pesa muito para os proprietários que não se desapegam de seus veículos. "Quando resolvi me desfazer (do carro), alguns achavam que eu estava em crise financeira, outros perguntavam se estava desempregado. As pessoas ainda atribuem um status social ao carro e talvez por isso tenham dificuldade de abrir mão", ressaltou. Ele ainda valoriza outros benefícios que só quem é pedestre pode desfrutar. " Luxo para mim é morar perto do meu trabalho, não perder tempo em engarrafamento, usar as caminhadas para pensar na vida, pois temos tão pouco tempo para isso nos dias de hoje" concluiu.
De acordo o site Meu carro é um monstro, cada motorista pode calcular quanto economizaria ao deixar de dirigir. Para se ter uma ideia, um carro popular, ano 2016 pode gerar, em média, um custo diário de R$60,69, o equivalente a R$ 1.820,57 no mês, considerando o gasto com taxas, manutenção, seguro e parcelas.

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