ORÇAMENTO
"Cortar o Bolsa Família é burrice", afirma ministra
Tereza Campello, da pasta de Desenvolvimento Social, fez apelo para que orçamento do programa social não seja reduzido
Do JC Online
Ministra diz que corte vai afetar economia do Brasil
Foto: Valter Campanato/ABr
Em visita a Pernambuco para entrega de máquinas para agricultura familiar, a ministra Tereza Campello, de Desenvolvimento Social, concedeu entrevista à Rádio Jornal, na manhã desta segunda-feira (14), e fez um apelo para que não seja aprovado o corte no Bolsa Família. O projeto de orçamento para 2016 será votado nesta quarta (16), no Congresso.
"Cortar do Bolsa Família chega a ser uma burrice, porque não só está tirando o pouco dinheiro dos pobres como acaba afundando a economia. Esse dinheiro que vai para a população mais pobre, ele tem um impacto na economia. Cara R$ 1 que a gente gasta no Bolsa família, retorna para a economia brasileira R$ 1,78. Aqui no Nordeste, retorna mais ainda", declarou.
"A Comissão Mista de Orçamento é formada por muitos deputados, de muitos partidos. Quase todos os partidos têm nos apoiado contra o corte. A presidente Dilma é contra o corte. Aproveito o espaço para fazer um apelo aos deputados. Nós temos uma bancada forte, combativa, que conhece a situação do Nordeste brasileiro, que não vai deixar, ainda mais num momento de crise, que isso aconteça", disse a ministra.
Segundo Tereza Campello, em Pernambuco, são 3,6 milhões de beneficiados pelo programa social. "Eu acho que não podemos jogar em cima da população pobre o custo de uma crise. O Brasil tem que ter a sua forma de estar fazendo o seu ajuste", acrescentou.
A ministra também fez críticas ao relator do projeto, o deputado Ricardo Barros (PP-PR), pelo corte proposto de R$ 10 bilhões. "O relator é do Paraná, então ele fala do Nordeste sem conhecer a realidade daqui. Nós sabemos que tem muita cidade nordestina que tem mantido a sua dinâmica graças a esse tipo de transferência de renda, que ajuda à família, ajuda ao comerciante, ajuda o industrial. É ruim para a economia brasileira esse tipo de corte", disse Tereza Campelo.
Tereza Campelo também afirmou que reduziram as fraudes no programa, ao ser questionada sobre políticos que recebem o benefício. "Esse tipo de denúncia praticamente não existe mais no Brasil. Antes do político tomar posse, a gente já cancela o benefício. Não pode ser eleito estar recebendo. A lista dos eleitos vem para o Ministério e a gente já cancela. Isso é muito raro acontecer", explicou a ministra.
Segundo ela, também é feito o cruzamento com nomes de familiares que também possam ser beneficiários do programa social. "A gente tem um equipamento que vai identificando se o nome da mãe é igual, data de nascimento, CPF. Às vezes, tem uma letra trocada e a gente já sabe que é a mesma pessoa. Nós estamos aprimorando a cada ano", acrescentou a ministra. Teresa Campelo disse, ainda, é feito um cruzamento do cadastro do Bolsa Família com a lista do INSS para ver quem tem registro de carteira de trabalho.
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