CONJUNTURA
Empresas continuaram investindo no Estado em 2015 apesar da crise
Apesar da consjuntura adversa, Pernambuco continuou atraindo investimentos
Da Editoria de Economia
Projetos na área de energias renováveis e o avanço da cadeia automotiva também contribuíram para tornar 2015 melhor para a economia local
Heudes Régis/JC Imagem
Ninguém vai dizer que 2015 foi um ano fácil. A crise econômica se agravou e o País caiu na recessão. Mas a conjuntura adversa criou um ambiente desafiador e a necessidade de mirar perspectivas de médio e longo prazos. Em Pernambuco, 18 empresas anunciaram a implantação de novas indústrias, que significa investimento de R$ 1 bilhão e a geração de 5,2 mil empregos. Isso sem falar nas 29 empresas que resolveram ampliar suas unidades, com investimento de R$ 232,3 milhões.
Projetos na área de energias renováveis e o avanço da cadeia automotiva também contribuíram para tornar 2015 melhor para a economia local. Amanhã, a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper) apresenta o balanço da atração de investimentos em 2015, na quarta e última reunião do ano do Conselho Estadual de Políticas Industrial, Comercial e de Serviços (Condic).
A decisão da Unilever de investir R$ 600 milhões na sua quinta fábrica em Pernambuco foi um dos principais anúncios do ano. Em outubro, a empresa assinou protocolo de intenções com o governo do Estado para implantar um complexo alimentício integrado por indústria e central de distribuição. A previsão é inaugurar o empreendimento até o início de 2018. No anúncio do projeto, o presidente da Unilever Brasil, Fernando Fernandez, disse que a estratégia da companhia é continuar investindo mirando a perspectiva de que a crise vai passar e é preciso ter planos. O complexo vai gerar 2,1 mil empregos no Estado.
Outras gigantes também decidiram enfrentar a crise com investimento, a exemplo das cervejarias AmBev e Brasil Kirin. Em setembro, a AmBev anunciou investimento de R$ 400 milhões na ampliação da unidade de Itapissuma, no Grande Recife. A planta terá sua capacidade de produção ampliada em 30% e vai fabricar marcas premium da companhia (Stella Artois, Budweiser e Skol Beats Senses) para atender aos mercados do Norte e Nordeste. Quando as novas linhas começarem a funcionar serão gerados 200 empregos, incrementando o quadro atual de 834 colaboradores. A concorrente Brasil Kirin também anunciou investimento de R$ 400 milhões na fábrica de Igarassu, com a implantação de três novas linhas de produção.
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Thiago Norões, defende a estratégia do governo do Estado de interiorizar o desenvolvimento e de apostar nas energias renováveis como alternativa para o Semiárido. Nos últimos anos, tem aumentado o interesse das empresas de investir fora do Grande Recife, graças aos incentivos e a melhoria da infraestrutura. Um exemplo emblemático foi a atração do polo automotivo Jeep, com a montadora da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) em Goiana (Mata Norte) e a cadeia produtiva se espalhando pelos municípios vizinhos.
A Jeep inaugurou a montadora em abril e no segundo semestre anunciava o segundo parque de fornecedores do empreendimento, localizado nos municípios de Goiana e Itapissuma. O parque vai somar investimento de R$ 450 milhões na construção e na aquisição de equipamentos. Este mês, a FCA inaugurou o Centro de Software, no Bairro do Recife. Será o primeiro da companhia com foco no desenvolvimento de softwares para motores e transmissões, que compõem o trem de força (powertrain) dos automóveis.
O ano foi marcado, ainda, pelos projetos de energias renováveis. Em setembro foi inaugurado o maior parque eólico de Pernambuco, no município de Caetés (Agreste), com investimento de R$ 1,1 bilhão. O setor continuará sendo uma das apostas de investimentos para 2016, que também será um ano de desafios a espera da retomada do crescimento no aguardado 2017.
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