segunda-feira, 22 de abril de 2013


Música »Madonna celebra 10 anos de American LifeOitavo álbum de estúdio de Madonna completa dez anos nesta segunda-feira (22)



YouTube/Reprodução
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"Do I have to change my name… (Eu tenho que mudar meu nome)? Should I lose some weight.. (Eu devo perder alguns quilos)? Am I gonna be a star…(Eu vou ser uma estrela)?" Os versos atemporais, em ritmo electro-pop, que saltavam aos ouvidos lá pelos idos de 2003, pertencem a American life, canção título do álbum homônimo de Madonna - oitavo de estúdio e último pela Maverick Records - , que completa dez anos nesta segunda-feira (22). 

Na época, a bela camaleoa alfinetava o governo norte-americano - então presidido por George W. Bush -, com estrofes que criticavam a postura do país em se lançar na guerra do Iraque. O clipe original da canção, dirigido pelo sueco Jonas Åkerlund, chegou até a ser censurado poucos dias após a estreia, por conter cenas de massacres, batalhas, pessoas mutiladas, além de um tanque de guerra em cena, bem como um Bush sentado na plateia, que recebia uma granada lançada por Madonna.

Casada com o diretor de cinema Guy Ritchie, desde 2000, e vivendo a maternidade do segundo filho, Rocco, Madonna, aos 44 anos de idade e vinte de carreira, saiu da vibe intimista e quase que puramente eletrônica dos anteriores Ray of light (1998) e Music (2000), para um som mais intelectualizado e de cunho político. 

O disco é regado a sintetizadores, mas também a instrumentos de corda, marcantes especialmente em faixas como Nothing fails Mother and father, que traz temas caros à artista, como a família e o sentimento. O que gerou por parte da crítica especializada do naipe de um Jim Derogatis, do Chicago Sun-Times, comentários como: "em American Life vemos Madonna soando um pouco cansada, repetitiva, esgotada". 

Apesar de ser tido como um dos trabalhos de menor vendagem da diva, o single-título estreou em primeiro lugar da Billboard 200, ficando em 37° no Hot 100 da organização. Contemplado pelos Recording Industry Association of America (RIAA) e British Phonographic Industry (BPI) com disco de platina, por ter arrematado um milhão de cópias vendidas somente nos Estados Unidos (mesmo número de vendas na Alemanha) e trezentos mil no Reino Unido, o disco, segundo Madonna, na época, é uma reflexão sobre a própria carreira, marcada por temas controversos.

Com os fãs 
Ed Ortiz considera o American life um dos discos mais autorais de Madonna. Crédito: Acervo pessoal
Ed Ortiz considera o American life um dos discos mais autorais de Madonna. Crédito: Acervo pessoal

Quem concorda é o maitre e sommelier Ed Ortiz, de 33 anos. Fã de Madonna desde 1993, o pernambucano considera o American life um dos discos mais autorais da cantora. “É um álbum experimental, cheio de novos sons, com letras que falam de política, família e religião. Explica, de certa forma, que tudo está conectado e que cabe a nós fazermos nossa parte para mudar o mundo”, avalia ele, dono de um acervo, atualmente estimado em R$ 10 mil, composto em parte de presentes de amigos e familiares, e que conta com itens especiais como o vinil do American life, o polêmico livro Sex e o perfume recém-lançado pela diva, Truth or dare

Com os James BondA produção do álbum fica por conta do DJ francês Mirwais Ahmadzaï, que participa de outros trabalhos da cantora Ray of light (1998), Music (2000), além do posterior Confessions on a dance floor (2006), e It's so cool — faixa inédita do American life, lançada na coletânea Celebration, de 2009. No total, são 11 músicas, incluindo quatro singles que ganharam clipes: American life, Hollywood, Love profusion Die another day. O quarto single, lançado em 2002, é trilha do filme 007, Um novo dia para morrer, e traz Madonna com espada em punho contra seu alterego maligno e fazendo referências a Sigmund Freud a ao universo de Ian Fleming. 

De quebra, Madge faz uma ponta na 20ª película de James Bond, na pele da instrutora de esgrima lésbica Verity. O trabalho lhe rendeu o Framboesa de Ouro de Pior atriz coadjuvante. A faixa Die another day, por sua vez, conquistou as paradas e foi indicada ao Globo de Ouro de Melhor música original, em 2003.

Botox, beijo e tour American life não é só críticas de viés político. Hollywood, segunda faixa do álbum e primeiro single de Madonna a não entrar nas paradas da Billboard, desde de Holliday. No clipe estreado em julho de 2003, a cantora encarna uma dançarina determinada a tentar a vida na cidade-título. Em meio a coreografias com uma bola suíça, eis que há tempo até para injeções de botox, remetendo à necessidade estética exagerada das estrelas do showbiz.

A música virou notícia durante a apresentação da diva em parceria com Britney Spears, Cristina Aguilera e Missy Elliott, no Video Music Awards 2003. Na ocasião, as duas primeiras estavam vestidas de noiva, enquanto Madonna e Elliott se vestiram de noivos. Após uma homenagem à performance de Like a virgin,que a rainha do pop realizara em 1984, as três cantaram Hollywood em versão remix. A apresentação culminou em beijo triplo entre Madge, Britney e Cristina. 

Após um ano conturbado, com vendas abaixo da média, quando comparado a álbuns como Music (2000), Madonna deu início à sua Re-Invention tour, em maio de 2004, após três anos de jejum dos palcos. Com um repertório marcado por clássicos da carreira e canções do American life, a turnê foi campeã de arrecadações naquele ano. De passagem por sete países, os shows com produção de Stuart Price - que trabalhou com Madonna em Drowned World Tour (2001) e seria seu parceiro no posterior Confessions on a dance floor (2006) — engordaram a conta bancária da rainha em cerca de US$ 125 milhões.

De olho 
Fã Andre Cabral de São Paulo. Crédito: Acervo Pessoal
Fã Andre Cabral de São Paulo. Crédito: Acervo Pessoal
Quem acompanhou a reinvenção da artista pelas bandas de cá foi o estudante de marketing paulista André Cabral (26), que se tornou fã de Madonna justamente nessa época. "Me encantei primeiro comDrowned, depois de ter assistido ao show na casa de um amigo. Toda aquela estrutura, produção musical e tudo mais me fez querer saber mais sobre Madonna. Na época, ela estava com a Re-Invention, e tinha lançado o American life. Foi um momento marcante da minha adolescência, em especial, a descoberta de novas paixões. De lá pra cá venho acompanhando tudo que ela faz, inclusive fui nas duas últimas turnês que passaram pelo Brasil", pontua. 

Quanto Madonna mudou de American life (2003) até aqui? "American life é um disco politizado, com letras fortes, mas que não deixa de ter seu romantismo. Madonna sempre muda, hoje vejo ela como uma mulher mais madura que assume muito bem sua idade, não apelando para um personagem bizarro. Além de estar mais politizada e humanitária, seu bom gosto e criatividade ainda nos surpreendem. É uma grande artista que ainda mostra os caminhos e dita o novo sempre", finaliza Cabral. 
fonte diario de pernambuco

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