PF investiga compra de jatinho que transportava Eduardo Campos em campanha presidencial e esquema milionário de lavagem de dinheiro
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (21) a Operação Turbulência para desarticular um esquema de lavagem de dinheiro descoberto após a investigação da compra do jatinho que transportava o ex-governador Eduardo Campos (PSB) durante a campanha presidencial de 2014. Segundo a PF, o esquema teria movimentado mais de R$ 600 milhões desde 2010.
A PF constatou que as empresas eram de fachada, constituídas em nome de “laranjas”. As transações eram feitas entre as próprias empresas fantasmas e também envolvendo algumas ligadas à Operação Lava Jato. Há suspeita de que parte dos recursos que transitaram nas contas examinadas serviam para pagamento de propina a políticos e formação de “caixa dois” de empreiteiras.
LEIA TAMBÉM
» Contrato do jatinho que levava Eduardo Campos não tem nome do comprador
» Avião de campanha de Eduardo Campos não aparece nas prestações de conta do PSB
» Empresa que pagou jatinho que levava Eduardo Campos teria recebido R$ 100 mil de doleiro
» Contrato do jatinho que levava Eduardo Campos não tem nome do comprador
» Avião de campanha de Eduardo Campos não aparece nas prestações de conta do PSB
» Empresa que pagou jatinho que levava Eduardo Campos teria recebido R$ 100 mil de doleiro
Estão sendo cumpridos 60 mandados judiciais, sendo 33 de busca e apreensão, 22 de condução coercitiva e cinco de prisão preventiva, além de mandados de indisponibilidade de contas e sequestro de embarcações, aeronaves e helicópteros dos principais integrantes da organização criminosa.
Segundo a Globo News, quatro dos mandados de prisão são contra Apolo Santana Vieira e João Lyra de Mello Filho, apontados como donos do avião, e Eduardo Bezerra Leite e Arthur Lapa Rosal, que teriam financiado parte da compra do avião.
Apolo foi preso por três policiais em uma academia na Zona Sul do Recife. Lyra e Leite foram presos em São Paulo e estão sendo trazidos para a sede da Polícia Federal em Pernambuco. O quinto, Paulo Sérgio de Barros, está foragido.
» Janot pede para Lava Jato investigar dono do jatinho de campanha de Eduardo Campos
» Apenas uma moradora atingida pela queda do jatinho de Eduardo teria recebido indenização
» PT vai processar PSB por suposto caixa dois em jatinho da campanha de Eduardo
» Apenas uma moradora atingida pela queda do jatinho de Eduardo teria recebido indenização
» PT vai processar PSB por suposto caixa dois em jatinho da campanha de Eduardo
Além do Recife, os mandados estão sendo cumpridos em Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Paulista, Vitória de Santo Antão e Lagoa de Itaenga. Entre os bairros da capital pernambucana, os alvos estão nos bairros de Boa Viagem, Cordeiro, Espinheiro, Alto Santa Terezinha, Ibura e Pina. A PF vai divulgar mais informações sobre a operação em coletiva de imprensa ainda nesta manhã.
O ACIDENTE – Eduardo Campos morreu no dia 13 de agosto de 2014. O jatinho Cessna Citation PR-AFA decolou do Rio de Janeiro em direção à base área de Santos, na cidade do Guarujá, em São Paulo. Além de Eduardo Campos, outras seis pessoas estavam na aeronave: o jornalista Carlos Percol, o fotógrafo Alexandre Severo, o cinegrafista Marcelo Lyra, o assessor Pedro Valadares Neto, e os pilotos Geraldo Magela Barbosa da Cunha e Marcos Martins. Todos morreram no acidente aéreo. A aeronave caiu em um quintal de uma área residencial no bairro do Boqueirão, em Santos. Oito casas foram danificadas e 11 pessoas que estavam na área ficaram feridas após o impacto.
Marina Silva, então candidata a vice, passou a concorrer à presidência, mas o avião não apareceu nas prestações de conta de nenhum dos dois nem do PSB.
A Força Aérea Brasileira (FAB) e o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) divulgaram em janeiro deste ano o relatório final sobre o acidente do jatinho que vitimou o ex-governador de Pernambuco. O cansaço de Marcos Martins, piloto do avião que caiu em Santos (SP), foi um dos fatores contribuintes para o desastre, que teve uma sequência de falhas humanas.
Além do uso de “atalho” para acelerar o procedimento de descida na Base Aérea de Santos, outro problema detectado durante os trabalhos foi a falta de treinamento do piloto, específico para aquela aeronave, um Cessna 560 XL, que levou à Aeronáutica, inclusive, a emitir uma recomendação de segurança à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), três meses depois do acidente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário