quinta-feira, 28 de julho de 2016

Empresa que recebeu R$ 4,8 milhões da chapa Dilma-Temer para enviar WhatsApp tinha um computador

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Foto: Lula Marques/ Agência PT
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) documentos com indícios de irregularidades sobre uma fornecedora da campanha de 2014 da chapa Dilma-Temer.
A DCO Informática Comércio e Serviços, que atuou no envio de mensagens pelo aplicativo WhatsApp, recebeu R$ 4,8 milhões pelo serviço. Conforme as informações, um sócio da DCO disse que a empresa tem um servidor e notebook e três funcionários não registrados de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Gilmar Mendes, relator da prestação de contas da campanha de Dilma, recebeu as informações da Secretaria Municipal de Finanças de Uberlândia (MG). Segundo o documento, apresentado pelo PSDB e protocolado junto ao STF, a empresa DCO ainda mudou de endereço sem avisar à prefeitura de Uberlândia, não tem alvará de funcionamento desde 2012, tampouco identificação na fachada de sua sede. Todas as informações já estão com o ministro Edson Fachin – relator de uma ação que tramita na Suprema Corte.
Depois de o marqueteiro João Santana admitir, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, que recebeu pagamento por meio de caixa dois, a presidente afastada se eximiu da culpa. Segundo Dilma, a responsabilidade pela contabilidade da campanha é do Partido dos Trabalhadores e de João Santana, há até pouco tempo um dos mais requisitados estrategistas de campanha do país.
As contas de campanha da chapa Dilma-Temer foram aprovadas pelo plenário do TSE no fim de 2014, mas com ressalvas. O caso, no entanto, continua sob investigação no âmbito fiscal e criminal – na área penal, as suspeitas são de crimes fiscais, como sonegação e lavagem de dinheiro. Na segunda-feira (25), o presidente do TSE afirmou que o julgamento da ação deve ficar para o ano que vem.
Em fevereiro deste ano, Gilmar Mendes pediu para que seis órgãos de investigação apurassem supostas irregularidades nos pagamentos a sete empresas que prestaram serviços à campanha eleitoral em 2014. A Receita Federal, a Polícia Federal e o Ministério Público se encarregaram de investigar se as empresas receberam valores desproporcionais à capacidade operacional para prestar serviços na campanha.

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